Comissária de voo leva chef famoso ao tribunal com denúncia de assédio

A ex-comissária da American Airlines Kimberly Goesling depôs recentemente em seu processo milionário contra a companhia aérea, no qual alega que sofreu retaliação depois de relatar que foi agredida sexualmente pelo famoso chef inglês Mark Sargeant durante uma viagem de trabalho à Alemanha.

Goesling trabalhou para a companhia aérea por 30 anos e se aposentou em dezembro passado. Segundo ela, o assédio e os desdobramentos afetaram seu relacionamento de oito anos e causou sérios danos psicológicos, atrapalhando seu sono e criando uma postura defensiva.

À época de sua saída, ela chegou a submeter uma carta ao CEO da companhia aérea, onde escreveu que, após a denúncia, a empresa prometeu pagar pelo tratamento psicológico, bem como daria tempo para que ela participasse das consultas, mas que, na prática, isso nunca aconteceu. A falta de apoio da empresa, segundo ela, foi uma retaliação e um descrédito ao seu testemunho sobre o assédio.

A companhia aérea, através dos seus advogador, nega que tenha negligenciado o atendimento e que, ao contrário, teria dado suporte e tempo para que ela pudesse conduzir seu tratamento.

Segundo o reporte do Dallas News, o julgamento pode levar cerca de três semanas. O total de indenizações pedidos pela defesa da comissária chega a US$ 50 milhões em danos. Além da questão do assédio, os advogados dela alegam que a empresa ignorou a denúncia e falharam nas punições aos gerentes da empresa diretamente responsáveis pelos processos que levaram ao assédio.

A ex-comissária renunciou ao seu direito ao anonimato, garantido a vítimas de assédio, pois diz que quer que seu caso encoraje outras mulheres a denunciarem agressores, por mais famosos que sejam.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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