Comissária de voo processa empresa aérea dizendo que foi demitida por ser muito nova

Avião Boeing 737 MAX TUI
Imagem: Divulgação / TUI

Uma comissária de voo de 42 anos acusa a empresa aérea britânica TUI de demiti-la no ano passado, alegadamente por causa da idade. A companhia contestou a alegação, mas um tribunal decidiu a favor da profissional. A decisão judicial foi compartilhada por uma reportagem do jornal escocês Glasgow Live.

A profissional foi demitida em setembro passado, durante um processo de redução de quadro da empresa, que ainda procurava economizar custos diante das crescentes perdas da pandemia. À época, foram desligados 242 gerentes e tripulantes de cabine.

Nesse contexto, a comissária Karen Irving, que trabalhou na companhia aérea por 20 anos, foi informada de que ela era um dos 37 funcionários da base da TUI em Glasgow que seriam demitidos. Em sua reunião de desligamento, a mulher disse a seu gerente que acreditava ter sido vítima de discriminação por idade porque a companhia aérea estaria favorecendo tripulantes mais velhos.

Seu gerente alegou que o tempo de serviço foi apenas um fator levado em consideração e que o desempenho, a assiduidade e as advertências tiveram um papel na decisão final. O tribunal, no entanto, rejeitou essa alegação e decidiu que apenas a idade havia decidido o destino de Karen.

“A Sra. Irving deu provas ao tribunal, que não foram contestadas e que foram aceitas, que nenhum dos funcionários da base em Glasgow havia sido punido pelas advertências que haviam recebido e nem aqueles de menor assiduidade, o que significa que o tempo de serviço foi o único critério que teve alguma influência na escolha”, disse a decisão do tribunal.

Como resultado, Karen recebeu um pagamento de £ 6.500 por discriminação indireta de idade. Ela também disse ao tribunal que não queria mais trabalhar no setor aéreo após sua experiência com a TUI.

Toda a história relatada acima é curiosa pois, em várias parte do mundo, as empresas aéreas manter acordos com sindicatos para valorizar o “tempo de casa” na hora de decidirem os critérios das demissões em massa e isso não renderia um processo. Durante a pandemia, por exemplo, essa prática ficou evidente, inclusive no Brasil, onde profissionais com maior senioridade tinham alguma preferência na manutenção de seus empregos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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