Comissária demitida por assistir filme e dormir a bordo de voo ganha emprego novamente

Boeing 737-800 Virgin Australia
Boeing 737-800 da Virgin Australia – Imagem: Kgbo, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Uma comissária de bordo da Virgin Australia, que foi demitida por assistir filme e dormir a bordo de uma aeronave enquanto trabalhava, terá seu emprego novamente após o tribunal do trabalho australiano julgar desproporcionais as medidas da companhia.

O caso ocorreu em julho do ano passado com Devania Blackburn, uma comissária veterana que trabalhava para a Virgin Australia havia 14 anos e que foi dispensada pela empresa após uma série de alegações que levaram a uma investigação interna. Entre as alegações estavam a de que ela roubou quatro pacotes de comida que deveriam ser distribuídos em voos, atrasos no trabalho e violação dos padrões companhia aérea ao não usar maquiagem ou meias.

Conforme o DailyMail, todas as alegações abrangeram um período de um mês no início de 2021, depois que Blackburn voltou ao trabalho, após uma longa ausência causada pela pandemia e também por uma licença médica. Em seu retorno, em 31 de janeiro de 2021, Blackburn foi colocada como tripulante ‘extra’ em um voo, para observar outros membros da tripulação e se familiarizar com a aeronave. 

O fatídico voo

Durante o voo em questão, outros comissários de bordo relataram que Blackburn se sentou em um assento na janela na última fileira da aeronave e assistiu um filme em seu iPad. Ela também tirou um cochilo e se recusou a retornar ao assento da tripulação antes da aeronave pousar.

Blackburn explicou sua atitude no voo dizendo que, após 14 anos como comissária de bordo, ela estava confiante que ainda tinha um “conhecimento robusto” sobre todo o serviço e a aeronave, bem como das políticas e procedimentos da companhia aérea. Ela, no entanto, negou ter assistido a um filme e rejeitou as alegações de que havia se apropriado indevidamente de comida a bordo.

A comissária foi suspensa em março de 2021 e demitida após uma breve investigação. Ela então entrou com uma reclamação na Comissão de Trabalho, acusando a Virgin Australia de demissão injusta. Blackburn acusou a companhia aérea de tentar fundamentar a alegação contra ela sem antes fazer perguntas diretas sobre o caso. Ela refutou as alegações de que não cumpriu os padrões de higiene da Virgin Australia.

Eu tive meus padrões de higiene excedidos com minhas unhas feitas profissionalmente em vermelho SNS, minha maquiagem incluía tons de nude e minha maquiagem básica tinha bronzer, rímel e brilho labial”, continuou sua declaração. “Meu cabelo tinha acabado de ser alisado e em um estilo que atende aos padrões da empresa”.

O tribunal considerou que sua demissão foi “dura, injusta e irracional”, mas admitiu que Blackburn contribuiu para sua situação porque ela “confiava de forma beligerante” em sua própria experiência em vez de cumprir procedimentos e políticas.

Com a decisão, a tripulante poderá retornar ao trabalho em agosto de 2022, embora a comissão tenha se recusado a ordenar que a Virgin Australia pague seus salários perdidos durante o tempo em que ela esteve fora do trabalho.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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