Dois comissários de bordo da Delta Air Lines, escaladas para o mesmo voo internacional de longa distância de Amsterdã, na Holanda, para Nova York, nos Estados Unidos, falharam no teste do bafômetro minutos antes de embarcarem para atender centenas de passageiros.
O casal de comissários, um homem e uma mulher, estava em uma escala em Amsterdã durante o Dia de Ação de Graças e deveria retornar a Nova York na manhã da última sexta-feira (29). No entanto, acabaram sendo presos e suspensos de suas funções.
De acordo com a polícia holandesa, a comissária de bordo mulher foi multada em € 1.900 (cerca de R$ 12.140) após ser constatado que seu nível de álcool no sangue estava sete vezes acima do limite legal para tripulação aérea.
O comissário masculino recebeu uma multa de € 275 (R$ 1.757), após falhar no teste do bafômetro por 0,04. Ambos foram suspensos de seus cargos e podem ser demitidos pela Delta Air Lines.
O insider da aviação JonNYC, no X e Blue Sky, identificou os comissários como funcionários da Delta.
Surpreendentemente, apesar da remoção de dois comissários de bordo no último minuto, o voo DL49 da Delta partiu do Aeroporto de Amsterdã Schiphol com apenas 20 minutos de atraso e chegou ao Aeroporto de Nova York JFK antes do previsto, informou o PYOK.
As ações fazem parte de uma operação conjunta das polícias local e nacional no Aeroporto Schiphol de Amsterdã, que resultou na realização de testes de bafômetro em 445 pilotos e comissários de bordo em apenas três horas, na manhã da última sexta-feira (29).
A comissária de bordo da Delta foi encontrada com um nível de álcool de 1,43 grama por litro de sangue, bem acima do limite máximo de 0,2 grama estabelecidos pelos reguladores de aviação europeus. Já o comissário masculino teve uma concentração de 0,24 grama de álcool por litro de sangue.
Os países da União Europeia podem estabelecer limites adicionais de álcool para a tripulação, e no caso dos Países Baixos, pilotos e comissários de bordo são proibidos de consumir álcool até 10 horas antes do voo.
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) alerta que a regra “bottle to throttle”, que exige a abstenção de álcool por um número determinado de horas, não garante que a concentração de álcool no sangue estará dentro dos limites legais.
Desde fevereiro de 2021, os países europeus são obrigados a realizar testes aleatórios de bafômetro em tripulações. Tripulações estrangeiras também estão sujeitas a esses testes como parte do programa de inspeção de Avaliação de Segurança de Aeronaves Estrangeiras (SAFA) da União Europeia.
Em março, um veterano piloto da Delta Air Lines foi preso por 10 meses no Reino Unido após se declarar culpado de operar um voo enquanto estava embriagado. O comandante Lawrence Russell, de 63 anos, foi condenado em Edimburgo após ser preso em junho de 2023, quando seu nível de álcool foi encontrado em 49 miligramas por 100 mililitros de sangue, bem acima do limite legal de 20 miligramas no Reino Unido.
A polícia foi chamada para realizar o teste de bafômetro em Russell depois que a segurança encontrou uma garrafa de Jägermeister parcialmente consumida em sua bagagem de mão. Ele foi acusado de “desprezo imprudente pela segurança de passageiros e tripulação”.
Porém, as autoridades britânicas têm sido mais lenientes com comissários de bordo. Por exemplo, uma comissária da American Airlines evitou prisão após ser encontrada com nível de álcool quatro vezes acima do limite legal, minutos antes de operar um voo de Heathrow, em 2019.
Além das duas comissárias de bordo da Delta, outro membro de tripulação, de uma companhia aérea não identificada, também foi flagrado com álcool acima do limite durante a operação de fiscalização de sexta-feira no Aeroporto Schiphol. Ela teve um nível de 1,30 gramas de álcool por litro de sangue e foi multada em € 1.800.
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