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Comissários da American rejeitam planos para reduzir tripulantes a bordo dos Boeing 787

Os comissários de bordo da American Airlines, representados pela Associação de Comissários de Bordo Profissionais (APFA), expressaram forte oposição aos planos da companhia aérea de reduzir os requisitos mínimos de tripulação em seus novos Boeing 787-9 Dreamliners, configurados para atender a um público premium.

Como informa o PYOK, a transportadora está prestes a introduzir uma configuração rica em sofisticação em seus 787-9, incluindo a nova suíte Business Class com portas privativas e assentos ligeiramente maiores, denominados Flagship Preferred.

Apesar das melhorias prometidas na experiência de bordo para os passageiros, sobretudo para aqueles na seção de classe executiva, o sindicato dos comissários de bordo não recebeu bem a colaboração da American Airlines com a Administração Federal de Aviação (FAA) para certificar a aeronave com uma tripulação mínima de apenas sete comissários.

Atualmente, a prática operacional normal prevê nove comissários nos 787-9 premium da companhia (conhecidos internamente como 787-9P).

A American Airlines argumenta que a redução da tripulação seria aplicada somente se um comissário ficasse doente ou se ferisse e não pudesse ser substituído antes de um voo de retorno.

No entanto, o sindicato dos comissários de bordo contesta, afirmando que reduzir a tripulação em tais condições seria inadequado e perigoso, especialmente com o aumento da carga de trabalho nas 51 suítes privativas de Business Class no 787-9P. As suítes, por exemplo, têm portas que precisam ser trancadas abertas pelos comissários para taxiamento, decolagem e pouso, adicionando tarefas à equipe já reduzida.

A APFA categoricamente rejeita as mudanças propostas e se recusa a participar do processo de certificação, contudo, afirma que estará presente para representar os interesses dos comissários e alertar a FAA e outras partes envolvidas sobre as preocupações de segurança.

A situação poderia ser abordada de formas alternativas. Por exemplo, a empresa e o sindicato poderiam concordar em deixar as portas das suítes abertas durante todo o voo quando a tripulação é reduzida, ou ajustar o serviço a bordo simplificando as rotinas. Abrir mão completamente da participação no processo de certificação pode limitar as opções de negociação e comprometer potenciais soluções que equilibrem segurança e operabilidade.

Em outras regiões, como na Europa, a tripulação mínima para o Boeing 787-9 é de apenas seis comissários, o que poderia sugerir flexibilidade em contextos de regulamentação diferente. No entanto, o principal foco da APFA continua sendo garantir que as condições de trabalho, segurança e carga de trabalho dos comissários não sejam comprometidas.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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