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Como é voar no Boeing 777-200ER da empresa aérea KLM, saindo do Brasil

A retomada dos voos internacionais no mundo pós-pandemia trás dúvidas para muitos. O AEROIN embarcou para ver de perto como a KLM está lidando com esta nova fase da aviação.

Quem acompanha o AEROIN já deve ter percebido que várias das fotos que ilustram as reportagens são tiradas em Amsterdã, um dos melhores aeroportos do mundo para apreciar as aeronaves, em especial na pista Polderbaan onde a foto acima foi feita. Por este e outros motivos, a capital dos Países Baixos é um destino frequente da equipe que, por ironia do destino, nunca chegou lá a bordo de um voo da companhia de bandeira: a KLM.

Sendo assim, na última viagem, em março, a escolha foi chegar no estilo holandês, a bordo de um Boeing 777-200ER da companhia no voo direto que sai de São Paulo para o Aeroporto Schiphol, em Amsterdã. A viagem foi realizada em cooperação com a empresa aérea, com fins de também mostrar como estão ocorrendo as viagens atualmente.

Pré-embarque

A jornada para o voo começou dias antes, com a marcação de assento antecipada pelo site (ou aplicativo) da própria KLM, que permitia também já fazer o check-in diretamente, inclusive gerando o cartão de embarque. Também é possível realizar esse procedimento no aeroporto, usando para tanto os totens disponíveis na área de check-in.

Com cartão impresso, era hora de se dirigir à sala de embarque, passando pela área de segurança, incluindo o raio-X, e a Imigração. Os passageiros da Executiva da KLM e da sua associada Air France têm acesso à sala VIP da W Premium Lounge. Aos viajantes da Econômica, a alternativa é utilizar algum benefício dos cartões de crédito, sempre que disponíveis.

Após uma estada na sala, por volta das 19h15 ocorreu o embarque do voo KL-792 pelo portão 305. A aeronave que faria o voo seria o Boeing 777-200ER de matrícula PH-BQI, com 18 anos de idade e com os títulos da KLM Asia, mas batizado como “Cataratas do Iguaçu”.

O uso do “KLM Asia” e a falta da coroa desenhada na aeronave são consequências do embargo chinês à Taiwan, que impede que qualquer empresa que voe para a República Popular da China também voe para a “república rebelde”. Assim, muitas companhias europeias criam outras entidades e pintam algumas aeronaves de forma diferente.

Internamente, o 777-200ER tem uma configuração 3-3-3 na Econômica, com 31 polegadas (78 cm) de distância entre assentos. Na Econômica Premium a diferença fica pela distância maior em 12 cm e o serviço de bordo prioritário.

O embarque foi tranquilo, apesar do avião estar completamente lotado com 320 passageiros, na sua maioria brasileiros e asiáticos que estavam viajando em conexão para o leste do globo.

O assento da Econômica

O assento da Econômica é confortável e não foi problema para uma pessoa de 1,82 metro. A tela do sistema de entretenimento tem em torno de 8 polegadas. Também foram fornecidos um par de fones, cobertor e travesseiro (um tema que, inclusive, foi questionado por leitores que acompanharam em tempo real o voo no Instagram).

Pelo fato da aeronave não estar muito fria, o uso da coberta não foi muito necessário, mas do travesseiro foi bem-vindo. A saída do voo se deu no horário e a decolagem foi pela pista 10L de Guarulhos às 20h13, subindo diretamente para o nível de voo 310 (9.400m) que foi atingido quando o Boeing já sobrevoava Belo Horizonte.

Serviço a bordo

Somente neste momento, os avisos de atar cintos foram desligados e o serviço de bordo se iniciou. As opções de refeição na Classe Econômica eram um macarrão vegetariano ou um frango com molho, arroz e legumes, em linha com as expectativas. A opção foi pelo segundo prato, acompanhado de uma lata de cerveja Heineken. O prato estava saboroso e a apresentação condizente, não tendo dificuldades nos cortes usando os talheres de madeira reciclada.

Logo após o fim do jantar foi servida mais uma rodada de bebidas, incluindo chá, café, cerveja, vinho e refrigerantes. Terminada a alimentação, sobrou tempo para explorar o conteúdo de voo da aeronave, que inclui vários filmes, embora a lista de opções seja limitada.

Apesar de ter vários títulos novos como “Top Gun: Maverick”, o entretenimento a bordo reflete a desaceleração na produção de filmes no pós-pandemia. Relatos da mídia global indicam que o público dos cinemas, ao contrário dos aviões e dos shows, não voltou completamente, também pelo fato da dependência do mercado chinês, que só está reabrindo agora. O streaming também tem sua parcela de culpa, por ser cada vez mais um produtor de filmes.

Após mais uma sessão de “Top Gun: Maverick”, era hora de dormir quando o avião já tinha subido para o FL350 e na medida em que deixava a costa brasileira para trás.

Por volta de 7 horas depois, já sobrevoando a fronteira de Portugal e Espanha, as pessoas começavam a ser acordadas pela tripulação. Era hora do café da manhã. Para a Econômica foi servido um café da manhã padrão, com pão com queijo, manteiga, queijo prato, frutas, iogurte grego Danone e bebidas.

Alguns extras

Durante o recolhimento do café da manhã, uma simpática comissária notou que o sotaque do inglês de um dos membros da equipe não era brasileiro e perguntou sua origem. O que parecia ser apenas uma curiosidade, rendeu uma conversa, já que a comissária morou nos EUA e compartilhou suas histórias, numa troca que durou por volta 10 minutos. O curioso da situação é que, nos dias atuais, tem sido raro encontrar alguém disposto a uma conversa descontraída, menos ainda em pleno voo.

Por fim, a comissária presentou o AEROIN com dois kits para crianças que vêm em adoráveis nécessaires com as berimbelas (faixas) utilizadas pelos tripulantes das companhias aéreas.

O pouso em Amsterdã se deu ás 11h27 na pista Aalsmeerbaan, alguns minutos adiantados para com relação ao programado. Depois disso, foi necessário esperar um Airbus A330 sair da posição para então acontecer o estacionamento e desembarque. Ao sair da aeronave, foi possível notar que, finalmente, o Schiphol resolveu, em parte, os problemas das filas, que causaram tanto transtorno em julho do ano passado, algo que foi amplamente relatado na mídia.

Em comparação, o tempo de desembarque e alfândega para esse voo foi de 20 minutos, praticamente nada, considerando que os passageiros estavam demorando 1h30 meses atrás por falta de pessoal no aeroporto.

No geral, a KLM continua mantendo seu alto padrão de atendimento, com destaque ao seu staff que reflete a simpatia do povo holandês, provavelmente um dos mais abertos da Europa e carismáticos. O voo direto para Amsterdã continua sendo a melhor opção para chegar nos Países Baixos e Bélgica, assim como nos países escandinavos.

O AEROIN viajou para Amsterdã à convite da KLM Royal Dutch Airlines

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