Companhia aérea ganha dinheiro mantendo seus aviões Boeing 737 MAX parados

É verdade que a empresa aérea indiana SpiceJet não fez nenhum voo sequer com seus Boeings 737 MAX nos últimos dois anos, mas isso não a impediu de contabilizar lucro com a operação dos aviões.

Segundo informa a Bloomberg, esse “gol de mão” da companhia indiana vem de uma contabilidade criativa, que lançou um montante de US$ 150 milhões como receita da operação desses jatos. Sem ter transportado passageiros nos MAX, o que a empresa fez foi lançar em seu balanço seria o valor que a empresa acredita que receberá da Boeing como indenização pela parada de 13 aeronaves entre 2019 e 2020.

A medida é polêmica, já que a empresa considerou como receita ganha e reconhecida um valor que ainda estaria sendo negociado. Em vários lugares do mundo, a companhia poderia fazer um lançamento numa conta “a receber”, mas não como receita.

Enfim, pode ser que a contabilidade indiana permita tal prática, que coloca aquela máxima de que “o avião tem que voar com o máximo de pessoas, pelo maior período de tempo possível” para dar dinheiro.

SpiceJet e Boeing não quiseram comentar à Bloomberg. A empresa indiana possui pedidos para mais 142 jatos do modelo Boeing 737 MAX.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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