Companhia aérea russa vai mandar embora 200 pilotos, mas só os que voam aviões da Boeing

Com o advento das sanções ocidentais sobre a Rússia, após a invasão da Ucrânia, a aviação do país liderado por Vladimir Putin passou a enfrentar desafios novos que colocaram em xeque qualquer plano de crescimento definido antes de fevereiro. Na mais recente ilustração dessa situação, o Grupo Volga-Dnepr cortará mais de 200 pilotos de aeronaves Boeing.

Os cortes afetam diretamente as companhias aéreas AirBridgeCargo (ABC) e Atran, informou a agência de notícias russa RBK, citando duas fontes anônimas da empresa. A reportagem diz que os pilotos receberam avisos sobre os cortes de empregos no final de julho. 

“Os recursos da empresa não são ilimitados. A otimização do número de funcionários é uma medida necessária e está sendo realizada em etapas para poder desativar a frota”, disse um representante do Volga-Dnepr ao RBK, confirmando os cortes.

Sem peças de reposição, sem poder voar em seus principais mercados e sem poder pagar aos arrendadores das aeronaves, as companhia do grupo ficaram com poucas alternativas. Com o fim de manter as atividades, aviões dos modelos Il-76 e Il-96 estão sendo considerados como alternativas.

Enquanto ABC e Atran foram diretamente afetadas, por operarem com jatos Boeing 747 e 737, a principal empresa do grupo, a Volga-Dnepr Airlines, que opera apenas equipamentos Antonov An-124 e Ilyushin Il-76, passou ilesa por essa medida recente. No entanto, a Volga já teve aeronaves presas em países ocidentais e também enfrenta dificuldades operacionais, já que perdeu o acesso a alguns de seus principais clientes, localizados em países ocidentais.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias