Uma prática adotada pela Japan Airlines (JAL) gerou repercussão no começo desta semana, depois que a companhia aérea passou a oferecer aos seus passageiros a opção recusar o serviço de bordo como uma atitude de ética para não desperdiçar alimentos.
Chamado de “Ethical Choice Meal Skip Option”, o serviço oferecido supostamente ajudará a reduzir o desperdício de alimentos, fazendo com que os passageiros possam descansar mais confortavelmente na cabine, sem interrupções, conforme reporta o The Independent.
A JAL testou o serviço no final de 2020 no voo noturno entre Bangkok para Tóquio, mas agora tornou disponível definitivamente para a primeira refeição principal de todas as rotas internacionais, com algumas exclusões específicas.
De acordo com a empresa, a opção pode ser selecionada durante a reserva ou até 25 horas antes da partida, em todas as classes. A cada refeição dispensada por um passageiro, a companhia realiza uma doação para programas de alimentação escolar em países em desenvolvimento que sofrem com a fome.
An interesting concept for charity, but I cannot see planefood lovers opting for it 😉 pic.twitter.com/YQYAdgDLb3
— Wayne Kwong @waynewykwong@mas.to (@waynewykwong) January 3, 2023
A novidade se soma a outras atitudes que visam a sustentabilidade e a redução de emissões. Em dezembro passado, a JAL disse: “Para deixar um planeta próspero para a próxima geração, o Grupo JAL está comprometido em tornar cada voo sustentável e transformar as viagens aéreas em um valor do qual se orgulhar, visando a alcançar zero emissões de CO₂ até 2050“.
O novo serviço da companhia aérea, entretanto, não agradou a todos os passageiros que voam com a empresa. Um usuário do Twitter publicou uma captura de tela de um e-mail enviado pela JAL sobre a opção de recusar a refeição.
Como legenda, Wayne Kwong diz no Twitter: “Um conceito interessante para caridade, mas não vejo os amantes de comida de avião optando por isso“. Em comentários subsequentes, usuários relatam que o novo serviço da JAL não está visando reduzir o desperdício de alimentos a bordo, mas sim aumentar o lucro.
“O serviço de refeições é uma das razões pelas quais escolhemos a classe executiva e grande parte da tarifa que pagamos é por causa disso”, disse um. “Se for esse o caso, me chame de uma pessoa antiética”, digitou outro ao comentar a publicação feita.
Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), os voos de passageiros geram aproximadamente seis milhões de toneladas de resíduos por ano, sendo 20% causados por alimentos e bebidas não consumidos.
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