Companhia suspende voos, pede falência e culpa a fabricante de motores Pratt & Whitney

Uma companhia aérea de baixo-custo da Índia suspendeu operações e entrou com pedido de falência, culpando a fabricante dos motores de seus aviões.

A320neo – Foto de beibaoke – DepositPhotos

O pedido de Recuperação Judicial (Falência) foi feito na manhã de hoje, dia 2 de maio, pela empresa Go Airlines (também conhecida como Go First), que é a terceira maior empresa aérea da índia.

Em nota oficial enviada à imprensa, a companhia afirma que “teve que tomar esta decisão pelo número crescente de motores defeituosos fornecidos pela Pratt & Whitney (PW), que resultou na paralisação de 25 aeronaves, em torno de 50% da frota de jatos A320neo da companhia. O número de aviões parados aumentou de 7% em dezembro de 2019 para 31% em dezembro de 2020 e para 50% em dezembro do ano passado”.

A Go First ainda afirmou que a PW assumiu vários compromissos nos últimos anos para corrigir os problemas no motor PW1100G que equipa os jatos A320neo, mas que a fabricante americana de motores tem falhado para cumprir as promessas.

A empresa também afirmou que em torno de 30% das suas despesas com leasing (aluguel de aeronaves) são de aviões que não estão voando hoje, e que isso torna a operação dela insustentável. Hoje a frota da Go First é de 53 aeronaves, sendo apenas 5 dos jatos A320ceo de geração anterior, equipados com motores CFM-56, que não têm problemas, mas consomem mais e são menos eficientes.

Uma decisão judicial recente obrigou a PW a fornecer 10 motores de reserva para a Go Air até o último dia 27 de abril, e depois 10 outros motores por mês até final de dezembro. Apesar da companhia não confirmar se recebeu os motores no mês passado, ela aponta que caso a Pratt & Whitney cumpra a decisão judicial, será possível retomar as operações até agosto ou setembro deste ano.

No site da companhia está um aviso que todos os voos até o dia 5 de maio foram cancelados, e que os passageiros terão reembolso integral. Até o momento a Pratt & Whitney não se pronunciou sobre o assunto.

Outras empresas, inclusive da Índia, têm criticado duramente e publicamente a Pratt por problemas nos motores da série PW1000G, que em alguns lotes têm problemas graves:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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