As companhias aéreas russas de passageiros já descadastraram 87 aeronaves do registro aeronáutico das Bermudas, desde que a guerra na Ucrânia foi iniciada, em fevereiro. Como parte das sanções ocidentais, centenas de aeronaves estrangeiras operando na Rússia puderam ser registradas localmente, mediante decreto do presidente Vladimir Putin, criando um duplo-registro dos equipamentos, em dissonância com as regras da ICAO.
As empresas russas tradicionalmente buscaram o registro de aeronaves nas Ilhas Cayman ou nas Bermudas, como forma de reduzir burocracias e obterem um ganho fiscal, mas isso deixou de ser possível com a guerra na Ucrânia e as sanções sobre a aviação russa. Para garantir a aeronavegabilidade, os russos seguiram pelo caminho do registro nos livros locais.
No entanto, ao que parece, as empresas têm trabalhado para, na medida do possível, “regularizar” a situação das aeronaves, como indicou uma carta do diretor interino do Departamento de Política de Estado no Campo da Aviação Civil do Ministério dos Transportes, Dmitry Stepanko, às transportadoras aéreas, reporta a mídia russa.
De acordo com o ministério, a Utair comprou 27 aeronaves (Boeing 737 e Boeing 767) de locadores estrangeiros e da subsidiária europeia da SberLeas e retirou-se do registro nas Bermudas. A Aeroflot, por sua vez, desregistrou 17 aeronaves (Boeing 777, Airbus A320 e A330). Mais cinco Boeing foram removidos do registro nas Bermudas pela “filha” da Aeroflot, a Rossiya Airlines. Outros jatos de empresas como S7, Azur Air, Gazpromavia e outras menores também seguiram no mesmo caminho.
Aeronaves retiradas de países estrangeiros são apenas 12% da frota estrangeira da Federação Russa, que tem 738 unidades, de acordo com o programa de desenvolvimento da aviação até 2030. Todas as aeronaves desregistradas no exterior foram registradas no registro russo.
