Confusão em voo da GOL após criança autista não poder viajar no colo do pai

Uma situação complexa se desenrolou num voo da GOL, após uma criança com autismo não poder seguir viagem no colo de seu pai.

O caso aconteceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte, quando a família do engenheiro Raphael Patucci, estava voltando de férias para a sua casa em Curitiba. Segundo o passageiro relatou no seu Instagram, a ida até o Nordeste aconteceu sem problemas, com o filho dele seguindo em seu colo com ele segurando o mesmo.

Por regras internacionais, pessoas maiores de dois anos não podem seguir no colo de um adulto, mesmo usando um cinto de segurança adicional. Esta medida se dá pela segurança de voo, já que o não uso do cinto ou o fato dele estar segurando uma criança com maior peso que o estipulado, poderia ocasionar ferimentos em caso de turbulência ou até mesmo algo mais grave no caso de um acidente.

Essa é uma determinação similar a que existe para veículos terrestres de passeio, onde, dependendo da faixa etária da criança, precisará ou não da “cadeirinha”.

Vídeo gravado a bordo

Segundo Raphael, na volta, o Comandante do Boeing da GOL não aceitou que o seu filho seguisse no colo, apesar dele ter explicado a situação do menino e que ele veio desta forma até Natal. Mesmo com a negativa, o passageiro colocou seu filho no assento e atou o cinto, porém a criança de 4 anos começou a ficar incomodada e teve uma crise.

O passageiro relatou mais tarde que, apesar de não concordar com a regra, já que veio de outra maneira na ida, ele cumpriu, mas toda a hora algum funcionário ia verificar se o seu filho estava no assento e isso foi causando constrangimento, estresse e atrasou o próprio voo. Ele relata que foram 40 minutos desde o primeiro pedido para colocar o cinto, até quando a sua esposa decidiu gravar o vídeo abaixo, que repercutiu nas redes sociais:

Não ficou claro se a família teve que desembarcar ou se seguiu voo com a criança ainda em crise. Entramos em contato com a GOL que nos enviou o comunicado abaixo sobre o ocorrido:

A GOL confirma que os Clientes do vídeo que circula nas redes sociais viajaram com a Companhia no voo 1891, entre Natal (NAT) e Curitiba (CWB), em 22 de janeiro. Durante o processo de embarque, eles foram informados que deveriam se sentar em suas poltronas com os cintos afivelados, procedimento padrão de segurança operacional e que segue as diretrizes do órgão regulador. A sensação de estar preso ao assento pode gerar reações de crianças diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), e foi o que infelizmente aconteceu naquele voo. Depois de apurar os detalhes, na última quinta-feira (26), a chefe da equipe de comissários da GOL entrou em contato com o Cliente para formalizar um pedido de desculpas da Companhia, reconhecendo que o atendimento naquele episódio poderia ter sido mais bem conduzido desde o primeiro momento, mas reforçou que os procedimentos de segurança devem ser realizados, sem exceção, antes de todos os voos.

A GOL tem como missão ser a Primeira para Todos, respeitando todas as condições e entendendo as necessidades de cada Cliente, especialmente as de crianças atípicas, e informa que estabeleceu um fórum dedicado ao atendimento a estes casos para a melhoria contínua dos seus procedimentos, evitando que novos episódios como este se repitam. 

A Companhia reforça ainda que seguirá agindo de acordo com as normas regulatórias da ANAC, uma vez que a Segurança é, e sempre será, nosso valor número 1.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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