Conheça a garota que hoje virou a mais jovem mulher a contornar o mundo em um avião

Imagem: Zara Rutherford / Reprodução

A adolescente belga-britânica Zara Rutherford se tornou nesta quinta-feira, 20 de janeiro, a mulher mais jovem a voar sozinha ao redor do mundo e a primeira pessoa a fazê-lo em um ultraleve, após uma jornada de cinco meses em seu avião Shark.

No site especialmente criado para sua missão, ele descreve: “Eu sou Zara. Eu tenho 19 anos. No dia 18 de agosto de 2021, lancei-me em uma jornada para voar sozinha ao redor do mundo em uma aeronave ultraleve Shark. No dia 20 de janeiro de 2022, 155 dias depois, desembarquei em Wevelgem, na Bélgica”.

Com esta circunavegação bem-sucedida, ela não apenas quebra o recorde mundial do Guinness de mulher mais jovem voando sozinha ao redor do mundo, mas também reduz a diferença de gênero em 11 anos entre o atual recordista masculino mais jovem, Travis Ludlow, que tinha 18 na época de seu recorde, enquanto a recordista feminina anterior, a afegã Shaesta Waez, tinha 30 anos quando completou seu voo “Dreams Soar” em 2017.

Falando à Reuters, ela afirmou que houve momentos incríveis, mas também momentos em que temeu pela sua vida, embora não tenha ainda especificado quais foram. Por outro lado, ela escolheu Nova York e um vulcão ativo na Islândia como seus sobrevoos favoritos.

O avião de Zara recebendo fluido descongelante antes de decolar na Rússia – Imagem: Zara Rutherford / Reprodução

Depois de partir em direção à América do Norte e do Sul, Rutherford ficou presa por um mês no Alasca por causa do clima e por atrasos nos vistos. Uma tempestade de inverno forçou outra longa parada no extremo leste da Rússia, antes de viajar para o sul da Ásia, Oriente Médio e voltar para a Europa.

No vídeo a seguir, publicado em 22 de dezembro em suas redes sociais, a legenda descreve: “Zara está em Jacarta, Indonésia. Esse vídeo foi gravado uma parada antes do aeroporto de Ketapang, para onde ela alternou e precisou dormir no terminal por dois dias (não é um aeroporto de entrada no país).

Para atender aos critérios para um voo de volta ao mundo, Rutherford tocou dois pontos opostos no globo (antípodas): Jambi na Indonésia e Tumaco na Colômbia.

A jornada registrou um total de 52.080,3 quilômetros em 200 horas, com 71 pousos e decolagens, compostos por 69 paradas, 10 desvios para aeroportos não planejados e 2 retornos para o mesmo local de partida.

A trajetória aproximada da jornada

Foram 31 países visitados em 5 continentes, com variações de temperatura de +32ºC na Indonésia até -34ºC na Rússia.

O voo mais longo foi de 2.000 quilômetros, enquanto o mais longo sobre água foi de 1.861 quilômetros. A maior altitude atingida foi de 13.800 pés (4.200 metros) sobre a Groenlândia.

Tendo obtido sua licença de piloto em 2020 após treinar com seu pai desde os 14 anos, ela agora quer estudar engenharia em uma universidade americana ou britânica a partir de setembro.

Rutherford sonha em ser astronauta e espera que sua viagem incentive as mulheres na ciência, tecnologia e aviação. “Não apenas espero reduzir a diferença de gênero em Aviação e Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), mas também incentivar meninas e mulheres jovens a perseguir seus sonhos”, diz Zara.

Imagem: Zara Rutherford / Reprodução

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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