Conheça a história e detalhes do primeiro Boeing 737-800 da Sideral, que chegou hoje ao Brasil

O 737-800 no Galeão nesse sábado – Imagem cedida ao AEROIN

A manhã desse sábado, 8 de outubro, ficou marcada como o momento da chegada ao Brasil do primeiro avião do modelo Boeing 737-800 a ser integrado à frota da companhia aérea Sideral Linhas Aéreas. Segundo dados do Planespotter, a aeronave teria sido convertida em cargueira, o que é curioso, pois ela ainda tem as janelas e não conta com uma porta de carga, como visto na imagem abaixo.

Como mostrado pelo AEROIN, o jato partiu na quarta-feira, 5 de outubro, de um aeroporto norte-americano, onde teria sido convertido a cargueiro, e fez paradas em Miami, ainda nos EUA, e em Paramaribo, no Suriname, antes de partir rumo ao espaço aéreo brasileiro e ao pouso no país, realizado no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro.

O 737-800 no Galeão nesse sábado – Imagem cedida ao AEROIN

Trata-se não apenas do primeiro -800, mas também do primeiro modelo da geração NG (Next Generation) da família Boeing 737 a ser incorporado pela Sideral, já que ela utiliza apenas os modelos 737-300, -400 e -500, que são da geração anterior (Classic).

Visto que esse avião vai significar uma importante evolução nas operações da companhia paranaense baseada no Aeroporto de Curitiba – Afonso Pena, em São José dos Pinhais, vale a pena conhecer a história operacional do equipamento, desde a fabricação até o dia de hoje.

Fabricação e operação pelo mundo

O 737-800 possui número de série (MSN – Manufacture’s Serial Number) 28628 e número sequencial de fabricação (LN – Line Number) 573. Ele foi fabricado no ano 2000 como avião de transporte de passageiros, tendo feito o primeiro voo de teste em maio daquele ano, portanto, possui pouco mais de 22 anos.

Após fabricado, foi entregue à empresa turca Pegasus sob a matrícula TC-APN, que o manteve nos anos seguintes e, em alguns momentos, o alugou às Air Algérie, da Argélia, e à Fly Air, da Turquia.

Em 2007, foi a vez de ganhar a matrícula EC-KIN e passar para a frota da espanhola Futura, que encerrou operações em 2008. Com isso, o 737-800 ficou parado por quase um ano, até entrar em 2009 na frota da sul-coreana Jeju Air, sob a matrícula HL7796.

Foram cinco anos de voos no extremo oriente, e então o jato retornou para uma empresa turca, a SunExpress, sob a matrícula TC-SBZ, em 2014, que o operou até 2020.

O jato ficou estocado por vários meses até que, em agosto de 2021, ganhou a matrícula norte-americana N245GE e foi enviado até o aeroporto de Dothan, nos Estados Unidos, onde teria sido dado início ao processo de conversão em avião cargueiro 737-800SF.

A conversão e suas características

Segundo informações não confirmadas, a Aeronautical Enginners, Inc. (AEI), através de sua parceira Commercial Jet Services, especializada em conversões em Dothan, teria sido a responsável pelo processo.

A AEI anunciou em julho desse ano que seu projeto de conversão do 737-800SF (STC ST02690LA) foi aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O projeto já tinha aprovações de outros países, como FAA (EUA), EASA (União Europeia), TCCA (Canadá) e UK CAA( Reino Unido), entre outros, e agora expandiu a certificação para o Brasil.

O 737-800 convertido pela AEI oferece uma carga útil na cabine principal de até 52.700 libras (23.904 kg). A conversão também incorpora novas vigas de piso atrás da caixa central da asa, além de outras modificações.

Assim, mais de 1 ano depois do início dessa suposta intervenção de conversão, o jato partiu rumo ao Brasil nessa última semana, ainda sob a matrícula norte-americana N245GE da empresa de leasing (arrendamento).

Como visto previamente, a matrícula reservada no Brasil a este 737-800 é a PR-SLA. Até a publicação dessa matéria, ainda não havia informações sobre uma previsão de voo desde o Galeão até o aeroporto de Curitiba, nem sobre uma data de entrada em operações comerciais pelo Brasil.

O AEROIN trará novas atualizações conforme se fizerem conhecidas.

Atualização: apesar das informações extra-oficiais de que o avião teria sido convertido em cargueiro, a aeronave chegou ao Brasil com seu interior padrão com assentos, portanto, não se confirma a modificação para cargueiro.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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