Conheça o ciclo de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento no espaço aéreo da terra Yanomami

Imagem do sensor óptico da aeronave R-99, em cena do vídeo apresentado abaixo

O Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), tem intensificado as ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima (RR).

Diante disso, nesta semana a FAB publicou um vídeo e algumas informações em que mostra como são tais ações, voltadas ao controle de garimpo ilegal na região, para ajuda na melhoria da Emergência em Saúde Pública dos indígenas, como se pode observar no player a seguir e no texto abaixo:

Durante a Operação Yanomami, a FAB tem identificado diversos garimpos (entre ativos e inativos), pistas de pouso não homologadas e exploração mineral de cassiterita.

Com isso, o Cmdo Op Cj Amz tem contribuído para que a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e Força Nacional (FN) desativem os principais garimpos, destruam aeronaves irregulares e apreendam materiais de apoio ao garimpo, como geradores de energia, motores hidráulicos, serras elétricas, antenas de comunicação via satélite, dentre outros.

O ciclo de geração de conhecimento de inteligência envolve a coleta de dados, o processamento de imagens e a produção de relatórios. Uma vez identificados os alvos de interesse, as informações são repassadas para a Polícia Federal e IBAMA, que passam a atuar no local.

Após a neutralização, as informações são enviadas ao Cmdo Op Cj Amz, que analisa novamente o ciclo de inteligência, passando a monitorar a reativação de ações de extração mineral ilegal.

Por fim, as ações do Cmdo Op Cj Amz mantêm o propósito de inviabilizar o Tráfego Aéreo Desconhecido (TAD) com a aplicação das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA) e a neutralização das aeronaves irregulares no solo, em conjunto as outras agências do governo federal.

Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA)

A implantação da ZIDA no espaço aéreo da Região Norte foi estabelecida com base no Decreto Presidencial N° 11.405/2023, referente ao combate ao garimpo ilegal.

Essa ação reforçou o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, na medida em que contribui para o controle do espaço aéreo e inviabiliza os voos irregulares em apoio ao garimpo ilegal.

E por meio da Portaria nº 710, o Comando Operacional Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz) foi ativado pelo Ministério da Defesa para atuar na área do Estado de Roraima e na porção do Estado do Amazonas.

Para possibilitar um melhor controle dos tráfegos aéreos na ZIDA, o espaço aéreo foi dividido em três áreas: uma área reservada (Área Branca); uma área restrita (Área Amarela); e uma área proibida (Área Vermelha). Esta última coincide com a reserva yanomami, onde somente as aeronaves envolvidas na Operação estão autorizadas a operar, sejam elas militares ou a serviço das diversas agências governamentais envolvidas.

Detecção e Interceptação de aeronaves pela FAB

A FAB, por intermédio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), é a responsável pelo Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), que atende às necessidades do Brasil para controlar e exercer ações contra movimentos aéreos em circulação pelo Espaço Aéreo Brasileiro que estejam em confronto com os interesses nacionais ou em desacordo com as regras e normas em vigor, tanto em tempo de paz como em um eventual conflito.

A vigilância do espaço aéreo brasileiro é realizada 24 horas por dia pela FAB por meio de uma rede de radares que cobrem o espaço aéreo brasileiro. Em complemento ao controle de tráfego realizado por meio desses equipamentos, a FAB utiliza aeronaves E-99, de Alarme Aéreo Antecipado (AEW, do inglês Airborne Early Warning), para detectar aeronaves voando a baixíssima altura, que não seriam naturalmente detectadas pelos radares de solo.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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