Controladora do Galeão não estaria mais a fim de continuar com a concessão, diz jornal

Imagem: Diego Baravelli / CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

O jornal O Globo publicou que a Changi, empresa de Cingapura que administra o aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, decidiu deixar o negócio. A decisão pode ser formalizada possivelmente ainda nesta quinta-feira, 10 de fevereiro, após reunião do conselho da empresa em Cingapura.

A jornalista Mariana Barbosa apurou que a decisão da concessionária asiática de sair do Brasil foi consolidada depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) negou, no início do mês, o pedido de reequilíbrio financeiro do aeroporto. A agência reguladora considerou que a proposta da administradora asiática joga para o governo federal os riscos de variação da demanda ao longo da vigência do contrato.

A Changi calcula em R$ 7,5 bilhões as perdas com a pandemia e tentava abater essas perdas das outorgas a serem pagas até o fim do contrato, em 2039. O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro foi concedido a iniciativa privada em 2013. Um ano depois, a nova gestão iniciou o controle total do terminal pelo prazo de 25 anos.

A perda crescente de passageiros para aeroportos de São Paulo e a breve concessão do Aeroporto Santos Dumont, também preocupam os gestores privados do Galeão.

Não está claro o que ocorre se a Changi suspender o Galeão. Em 2017, a concessionária Aeroportos Brasil – Viracopos anunciou o interesse em devolver desfazer a concessão do Aeroporto de Campinas. Somente no ano passado, em 2021, a ANAC aprovou as minutas do edital e o contrato de relicitação do Aeroporto, que ainda não tem data para ocorrer.

Já no início de 2020 foi a vez da Inframerica informar a desistência da gestão do Aeroporto Governador Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN). No ano passado, a ANAC também aprovou que o terminal será relicitado para outra concessionária.

A Changi venceu a concessão do Galeão como parceira minoritária da construtora Odebrecht e da Infraero. Porém, em 2017, em meio aos escândalos da Lava Jato, a Odebrecht vendeu a sua fatia para a própria Changi, que passou a deter 51% do aeroporto. A Infraero é dona dos outros 49%.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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