Conviasa tranca passageiros com covid-19 em caixa de acrílico na classe econômica

Receba as notícias em seu celular, acesse o canal AEROIN no Telegram.

O mundo atual passa por um período de extrema exceção e as empresas aéreas estão entre os setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. A cada dia, uma solução criativa diferente aparece e, dessa vez, o destaque fica com a venezuelana Conviasa, que criou um sistema de isolamento diferente, como mostra o vídeo abaixo.

A transportadora de bandeira da Venezuela, Consorcio Venezolano de Industrias Aeronáuticas e Serviços Aéreos SA (Conviasa) instalou cabines de isolamento de acrílico para pessoas infectadas com Covid-19 no seu Airbus A340-200, como medida de proteção para a tripulação e demais passageiros.

Como a empresa venezuelana é a primeira a usar tal sistema, construído dentro de casa, é difícil afirmar sua eficácia “per se”. Ao que parece, ele trará mais aperto e algum constrangimento a quem estiver dentro. No entanto, de novo, é um momento diferente para todo o mundo e qualquer iniciativa será novidade. O que se sabe, no entanto, é que os aviões já são equipados com filtros HEPA, que garantem a troca do ar da cabine da cada par de minutos e diminuindo riscos à saúde dos que voam.

Repatriação bolivariana

Em relação às ações desenvolvidas pelo governo bolivariano para cumprir o “Plano Vuelta a la Patria” em meio à pandemia de Covid-19, a instalação do estande de isolamento tem objetivo de viabilizar a transferência de pacientes com a doença, já que tem feito voos de repatriação para zonas afetadas.

Nesta sexta-feira (10), a empresa fez um voo saindo de Toluca, no México, para Caracas, a fim de trazer de volta um grupo de venezuelanos que estava preso nos Estados Unidos e em outros países centro-americanos, devido à pandemia – assim como levar alguns americanos de volta à casa.

Segundo a rede estatal VTV, “o encarregado de negócios do Gabinete Externo dos EUA para a Venezuela, James Story, foi quem fez o pedido à chancelaria do regime Nicolás Maduro, com o objetivo de coordenar o retorno de cidadãos dos EUA”.

“Os EUA nos pediram para coordenar a saída da Venezuela de 120 cidadãos americanos. A Conviasa autorizou um voo especial para o México, porque os EUA se recusam a permitir voos diretos. 27 cidadãos dos EUA apareceram . Nós cumprimos”, escreveu o chanceler venezuelano Jorge Arreaza em sua conta do Twitter.

Essa talvez seja a parte mais pitoresca da história, já que os Estados Unidos baniram os aviões da Conviasa de pousar em seus aeroportos, mas, ao mesmo tempo solicitou a repatriação de seus cidadãos. Sem ter alternativas, o ponto mais próximo dos EUA encontrado pela empresa venezuelana foi Toluca, no México.

Uma vez acordado, o voo da Conviasa partiu na quinta-feira com cerca de 154 estrangeiros, 27 dos quais americanos. A aeronave retornou em 10 de abril com centenas de venezuelanos que haviam ficado presos em países como República Dominicana e Estados Unidos.

Segundo a companhia aérea do regime bolivariano, os passageiros foram submetidos a um “teste rápido de triagem” antes do embarque e todos passarão por quarentena obrigatória na Venezuela a fim de assegurar que estão sãos para poderem voltar às suas casas.

Receba as notícias em seu celular, acesse o canal AEROIN no Telegram.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias

Aeroporto de Quixadá (CE) busca integração na rota da Azul Linhas...

0
Durante a reunião, foram discutidos aspectos relacionados à viabilidade técnica e operacional de incluir Quixadá na rota da companhia aérea.