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Cooperação entre aéreas, aeroportos e aviação regional são prioridade para o setor aéreo brasileiro

Imagem: ATR

Nesta quinta (17), a diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Jurema Monteiro, moderou um painel no Airport National Meeting 2022, evento da Aeroportos do Brasil (ABR), antiga ANEAA, sobre os desafios e as perspectivas para o setor de aeroportos. A discussão contou com a presença de Luis Felipe Oliveira, CEO do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI), de Ronei Glanzmann, secretário nacional de aviação civil, e de Fabio Rogerio Oliveira, CEO da ABR.

Em sua participação, Jurema destacou o acordo de cooperação assinado pela ABEAR e pela ABR, trazendo uma série de iniciativas conjuntas entre empresas aéreas e aeroportos. “Este acordo demonstra o espírito de cooperação do setor e possibilita construirmos soluções juntos, oferecendo aos órgãos de governo alternativas regulatórias e políticas que tragam desenvolvimento ao setor como um todo”, afirma.

A fala da diretora da ABEAR foi reforçada pelo CEO da ABR, Fabio Rogerio. Segundo ele, é parte do papel das associações não admitir retrocessos no Brasil. “Para isso, passamos por várias etapas, inclusive por uma transição que prestigie a ocupação de cargos por técnicos que conhecem profundamente o que estão fazendo. Fazem isso do lado público, nós fazemos isso do lado privado e assim vamos construindo soluções”, acrescenta.

Visão futura

O secretario nacional de aviação civil, Ronei Glanzmann, espera que o transporte aéreo brasileiro dê um salto nos próximos anos, chegando a 200 cidades atendidas e a 200 milhões de passageiros transportados. Segundo Ronei, a alta temporada deve consolidar o processo de retomada. Embora otimista, ele alerta sobre a questão dos combustíveis para que esse resultado se concretize, especialmente com o combustível sustentável (SAF). “É preciso chegar a um preço que não onere e seja acessível para garantir a regionalização do nosso transporte aéreo”, alerta.

A aviação regional aparece como pauta prioritária na discussão do governo atual com a equipe de transição. Segundo Ronei, a primeira modelagem para viabilizar a aviação regional é a de uma parceria público-privada (PPP) em 8 aeroportos na selva amazônica, como uma concessão “patrocinada” por um complemento de recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

“Hoje temos de 300 a 400 milhões de reais que são investidos por ano na aviação regional. Esse patamar tem que ir para 1,5 bilhão de investimentos. Obviamente depende de capacidade e discussão orçamentária, mas por isso apresentamos esse modelo disruptivo para que mais de 40 aeroportos regionais de pequeno porte passem a ser operados pela iniciativa privada”, explica.

Visão global

Luiz Felipe Oliveira, da ACI, apresentou informações sobre a situação dos aeroportos no mundo e projetou a retomada total do setor de aviação para 2024. Segundo ele, a América Latina e o Caribe já estão acima dos níveis de pré-pandemia de 2019, e a tendência de crescimento é positiva, embora ainda existam desafios como o preço do combustível de aviação e as restrições macroeconômicas. Segundo ele, a aviação em países como Índia, China, Indonésia, Vietnam e, possivelmente, o Brasil, pode triplicar até 2040, o que reforça a necessidade de uma infraestrutura robusta.

Ao falar sobre as prioridades para os próximos anos, Luis Felipe destacou a necessidade de formação de profissionais para a aviação civil em todo o mundo, o foco nas metas de redução de emissões de carbono, a redução de encargos e a manutenção dos padrões de higiene e limpeza dos terminais, que passou a ser uma demanda dos passageiros a partir da pandemia.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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