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Corsair define data para retirar o Boeing 747 em meio à renovação de frota

A companhia aérea francesa possui uma frota atual com sete aeronaves – três Boeing 747-400, dois Airbus A330-200s e dois A330-300s – e planeja passar para treze, todas Airbus, até 2023.

285av - Corsair Boeing 747-300; F-GSEA@SXM;07.03.2004

Talvez a imagem acima seja uma das mais icônicas da internet. Quando a rede começou a se popularizar, uma imagem de um jumbo da Corsair passando a poucos metros da cabeça dos banhistas durante sua aproximação para pouso no Aeroporto Princesa Juliana, em Saint Maarten, deu notoriedade à paradisíaca ilha caribenha. Certamente, um dos primeiros virais da internet mundial relacionados com aviação.

Mais de duas décadas se passaram e a companhia turística de capital francês continua firme com três Boeing 747-400 em sua frota. Mas isso deve mudar em breve, segundo os planos divulgados essa semana.

Modernização da frota até 2023

Hoje, seis meses após a chegada do novo acionista majoritário, a Intro Aviation (53% do capital), a dinâmica de transformação da Corsair continua seu caminho. A companhia aérea planeja modernizar sua frota atual, padronizando em modelos Airbus, até 2023, com uma primeira fase a ser concluída até Maio de 2021.

Para acelerar esse processo, a Corsair antecipou a saída de um primeiro Airbus A330-200 em janeiro de 2020, depois do primeiro Boeing 747-400 em dezembro do mesmo ano. Os dois últimos Boeing 747-400 sairão da frota até abril de 2021, quando chegam os três Airbus A330-900neos, arrendados da empresa de leasing Avolone. Além disso, a Corsair confirmou que vai alugar dois Airbus A330-300 e dois Airbus A330-900neo adicionais.

A companhia também planeja aumentar o número de assentos nas classes premium. As cabines terão 20 assentos na classe executiva (contra 12 atualmente), 21 no Premium (contra 12 no Airbus A330 e 18 no Boeing 747 atualmente).

No que diz respeito à rede, a Corsair também operou uma forte racionalização (fechamento de Tananarive, Dzaoudzi, Bamako e Havana) e redesenvolvimento em outros eixos. Como parte de seu desenvolvimento no continente norte-americano, a Corsair abriu Miami, em junho de 2019. A aérea também anunciou a ampliação de seus serviços para Montreal. Finalmente, como anunciado em 10 de setembro, a Corsair abrirá uma conexão Paris-Newark a partir de 10 de junho de 2020. Os preços serão de apenas de €149 por segmento (com refeição, mas sem bagagem) na baixa temporada e €250 por segmento na alta estação.

Adeus ao jumbo

Os três (e caros) jumbos da Corsair serão removidos da frota entre dezembro de 2020 e abril de 2021. O CEO da Corsair, Pascal de Izaguirre, no entanto, não confirmou o nome do(s) futuro(s) operador(es) de seus três jumbos. “Eles serão vendidos e a negociação está bem avançada”, disse. Mas ele deu algumas pistas: “ainda existem muitos 747 em serviço no mundo, assim como o 767 para carga, o mercado de usados é muito lucrativo. Presumivelmente, isso sugere que os quadrirreatores devem continuar suas carreiras. 

“Estamos entrando em uma nova era”

Assim afirmou Pascal de Izaguirre, apresentando a nova estratégia denominada “Corsair 2023”. Embora o final do 747 já tenha sido antecipado e negociado em acordo com o sindicato em abril de 2018 – alguns pilotos passam para o Airbus e outros optaram por deixar a empresa -, o processo de recrutamento de novos pilotos já começou. 

Segundo a Corsair, a primeira fase do recrutamento de 15 pilotos já foi concluída e foi realizada apenas com base em aplicações espontâneas. Ao todo, serão 60 pilotos contratados.

Muitos pilotos da falida Aigle Azur já bateram à porta da Corsair. “preferimos trazer pilotos da Aigle Azur ou de outras empresas com base em seu conhecimento técnico e experiência”,  disse o CEO.

Racionalização da rede

A Corsair começou a reorganizar sua oferta. “Com essa limpeza da rede, não queremos mais operar destinos com menos de cinco voos por semana. Somente segmentamos linhas de alto volume e, de preferência diariamente. As escolhas foram, portanto, igualmente radicais. Todos os destinos que não atendem a essa estratégia serão fechados como Bamako, Madagascar, Mayotte e Cuba.

Além disso, a Corsair aumentará as frequências em seus destinos históricos como as Índias Ocidentais ou na Ilha da Reunião, onde “após a chegada em 2017 da French Bee, que foi um choque, a paisagem agora está estabilizada e a unidade de receita aumenta”,  diz o CEO. Finalmente, a empresa manterá uma posição na África com foco em Abidjan, na Costa do Marfim, atualmente atendido 5 vezes por semana (e semanalmente em períodos de pico).

A oferta de cabine tripla apresentada

“Não somos de baixo custo e afirmamos nosso novo posicionamento em três classes, destinado a todos os públicos”, afirmou Pascal de Izaguirre. Atualmente, a empresa tem um grande apelo no público corporativo: “Queremos superar essa dependência de preços baixos em mercados competitivos. Especialmente no caso de aumentos de preços por causa do petróleo, você precisa de um amortecedor, como a classe executiva”, diz o CEO. Como mencionado acima, com a chegada do novo Airbus, o número de assentos na classe executiva aumentará.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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