Cortes de orçamento implicariam o fim de quase 400 torres de controle nos EUA, alerta a FAA

Aeroporto Internacional John F. Kennedy – Imagem: Eheik, Domínio Público

Durante uma audiência, na última quarta-feira (26), perante o Comitê de Apropriações, Subcomitê de Transporte, Habitação e Desenvolvimento Urbano e Agências Relacionadas, Billy Nolen, Administrador Interino da Administração da Aviação Federal dos Estados Unidos (FAA), enfatizou a importância crítica de continuar com os fundos necessários para manter o sistema aeroespacial do país seguro e eficiente.

Os comentários de Nolen vêm enquanto o Congresso considera um projeto de lei que propõe elevar o teto da dívida em US$ 1,5 trilhão, juntamente com drásticas restrições de gastos que afetariam significativamente os orçamentos de agências governamentais, incluindo a FAA.

A medida, promovida pelo partido Republicano, foi aprovada por escassa margem na Câmara dos Deputados, mas espera-se que não avance no Senado, controlado pelos Democratas, ou que seja vetada por Joe Biden.

“A FAA opera o sistema aeroespacial mais seguro e eficiente do mundo. Mas isso não aconteceu por acaso. Simplificando: a segurança não é gratuita”, afirmou Nolen, enfatizando a necessidade de financiamento contínuo, previsível e robusto.

A conta oficial da FAA no Twitter apoiou a mensagem de Nolen, detalhando três questões específicas que seriam afetadas pelos cortes orçamentários: suspensão do treinamento de novos controladores, fechamento de 375 torres de controle e deixar o controle de tráfego aéreo descontrolado, dois terços do espaço aéreo dos EUA.

Ele apontou o pedido de orçamento de US$ 19,8 bilhões do presidente para o próximo ano fiscal, juntamente com os US$ 5 bilhões fornecidos pela Lei de Infraestrutura Bipartidária para reduzir o acúmulo de projetos aeroportuários e de tráfego aéreo, como essenciais para manter o registro de segurança da FAA.

Nolen destacou a importância desse financiamento para duas áreas principais do trabalho da FAA: operação do sistema de tráfego aéreo e supervisão de companhias aéreas, fabricantes e tripulações.

Ele também explicou a alocação de solicitação de orçamento de US$ 26,2 milhões adicionais para supervisão de segurança, incluindo financiamento para 53 novos cargos para concluir a implementação da Lei de Certificação, Segurança e Responsabilidade de Aeronaves. Esse financiamento também atenderia às recomendações de investigações recentes e análises independentes após os acidentes do Boeing 737 MAX.

O Administrador Interino também enfatizou a importância da modernização dos equipamentos e instalações de controle de tráfego aéreo. Solicitou US$ 510,8 milhões na conta de Instalações e Equipamentos para atualizar as instalações de controle de tráfego aéreo, observando que o acúmulo de reformas e reparos incompletos para instalações que apoiam diretamente as operações totalizam US$ 5,3 bilhões.

Nolen mencionou que o centro de tráfego médio em rota ou edifício de controle combinado tem 61 anos e mais de 50% das instalações de controle de radar do terminal têm mais de 40 anos.

Além disso, Nolen expressou preocupação com as possíveis consequências dos cortes orçamentários propostos. “Isso não é um exagero: os cortes orçamentários que alguns consideraram seriam severos, profundos e chocantes para o público voador. Os cortes vão desacelerar a modernização de sistemas obsoletos, dificultar nosso esforço para treinar mais controladores e comprometer nosso trabalho para inaugurar a próxima era da aviação”, alertou.

Nolen concluiu garantindo ao comitê que a FAA seria responsável pela administração dos fundos fornecidos e expressou esperança em seu apoio.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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