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Crise no setor aéreo: GE Aviation anuncia corte de até 13.000 postos de trabalho

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Em consequência da crise no setor de transporte aéreo provocada pela pandemia do novo coronavírus, a General Electric Aviation anunciou corte de até 13.000 postos de trabalho em sua divisão de motores aeronáuticos a jato.

Avião Motor General Electric GE CF6-80C2
General Electric GE CF6-80C2 – Imagem: Julian Herzog

A Empresa pretende cortar de forma definitiva até 25% de sua mão de obra global ainda este ano, a fim de reduzir custos. A medida inclui o já anunciado corte de 10% da força de trabalho nos EUA. O anúncio foi feito na segunda-feira, dia 4, segundo a CNN.

A medida está sendo motivada pela drástica redução na encomenda de motores e peças, já que tanto Boeing quanto Airbus cortaram a produção de novas aeronaves. Além disso, ocorreu a redução na prestação de serviços de manutenção em motores pela empresa, por conta da parada de grande parte das aeronaves comerciais no mundo.

A GE Aviation informou que o corte de funcionários gerará uma redução nos custos da Empresa na ordem de 1 bilhão de dólares. Estes cortes serão realizados nos próximos meses.

Em março a GE já havia noticiado que demitiria 10% da força de trabalho da Empresa nos EUA, o que corresponde a cerca de 2.600 profissionais. A Empresa também informou que colocaria de licença metade de seu pessoal envolvido em serviços de manutenção, reparo e revisão geral de motores, bem como pessoal de fabricação.

O número global de funcionários da GE Aviation é de cerca de 52.000 pessoas. Essa é a primeira vez que a Companhia está detalhando o impacto da crise em sua força de trabalho global, destacou a CNN.

Em um comunicado aos funcionários da Empresa, o CEO da GE Aviation, David Joyce, disse que embora esta seja uma medida extremamente difícil, ele está confiante de que é a resposta necessária à contínua contração do setor, e à sua posterior recuperação que deverá ser lenta. “Estou igualmente confiante de que a indústria se recuperará com o tempo e de que estaremos posicionados para vencer”, acrescentou.

Ainda segundo a CNN, as ações da GE na última segunda-feira caíram 4%, elevando para 44% a baixa total acumulada neste ano.

Motor GE9X do Boeing 777X

A maior parte da receita da General Electric vem de sua divisão aeronáutica. Na última semana, a GE reportou uma estimativa de perda em seu lucro, provocada pela crise, de U$ 900 milhões, e um prejuízo no fluxo de caixa de cerca de U$ 1 bilhão.

Segundo a BBC, no primeiro trimestre desse ano as perdas da GE Aviation foram de 40%.

A divisão de motores a jato da GE foi a que sofreu o maior impacto. Uma queda de 99% de encomendas foi registrada para os motores LEAP, o motor exclusivo para o Boeing 737 MAX, que há mais de um ano está no chão, pelos problemas técnicos amplamente conhecidos desde os acidentes.

Conforme informações em sua página, a GE possui em serviço mais de 33.000 motores comerciais. Suas linhas de propulsores incluem os modelos listados abaixo, que equipam as seguintes aeronaves comerciais:

  • GE90: Boeing 777;
  • GE9X: Boeing 777X;
  • GEnx: Boeing 787 e 747-8;
  • GP7200: A380;
  • CF6: Airbus A300, A310 e A330, Boeing 747 e 767, McDonnell Douglas DC-10 e MD-11;
  • CFM56: Família Airbus A320 e A340, Família Boeing 737, Douglas DC-8 Super 70;
  • LEAP: Boeing 737 MAX;
  • CF34: Famílias de jatos regionais Bombardier e Embraer.

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