Dados de fadiga de tripulantes de voo no Brasil são levados ao Ministério de Portos e Aeroportos pelo SNA

Imagem: Domínio público / CC0 1.0

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que representa os tripulantes de voo do Brasil, realizou uma reunião na última segunda-feira, 8 de maio, com o secretário executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão, para apresentar o resultado da pesquisa sobre níveis de fadiga dos tripulantes brasileiros.

A pesquisa, realizada em janeiro, contou com a participação de mais de 4.300 aeronautas, que ajudaram o sindicato a obter dados concretos acerca da percepção dos atuais níveis de fadiga dos tripulantes brasileiros e, também, determinar como a fadiga é gerenciada nas empresas aéreas.

O SNA foi representado pelo presidente, Henrique Hacklander, pelo secretário geral, Clauver Castilho, pelo diretor de Relações Institucionais, Tiago Rosa, além do departamento jurídico do sindicato.

Na reunião com Gusmão, o SNA reafirmou a preocupação com a situação alarmante em que os aeronautas estão voando: jornadas no limite, repousos inadequados e apresentações consecutivas na madrugada ou muito cedo. Além disso, o sistema de reportes das empresas praticamente coíbe o tripulante de reportar, devido a consequências indesejáveis, alerta o sindicato.

Ademais, o SNA informou sobre os estudos de safety case (extrapolações além do previsto no RBAC 117) realizados entre empresas aéreas e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sem a devida participação da categoria.

De acordo com o sindicato, o RBAC 117 necessita de uma revisão completa e urgente, objetivando a diminuição dos índices de fadiga dos tripulantes. Desta forma, foi sugerida a revisão do RBAC 117 de forma a reduzir a fadiga dos tripulantes e definição da exigência de ACT/CCT para as extrapolações permitidas no RBAC 117.

O secretário executivo Roberto Gusmão informou que irá realizar reuniões com ANAC e Secretaria de Aviação Civil para avaliar os pleitos da categoria e assim trazer melhorias para o regulamento.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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