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Confira os dados globais de carga aérea de junho; setor perdeu ritmo na recuperação

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Avião Boeing 747-400F Kalitta Air Nariz Aberto

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou ontem (27) dados para os mercados globais de frete aéreo referente ao mês de junho.

Os dados mostram que, apesar do aumento expressivo do número de aviões que temos visto na frota mundial de cargueiros, o setor como um todo segue registrando queda em relação ao ano anterior. Ou seja, houve aumento dos cargueiros apenas devido à migração da carga que era transportada nos porões dos aviões de passageiros, mas a demanda total ainda segue menor do que antes da crise.

E a recuperação perdeu força no mês passado. Os números de junho ainda mostram melhorias em relação a maio, assim como tem ocorrido nos últimos dois meses com o setor de transporte de passageiros, mas a IATA destaca que essa recuperação apresentou um ritmo mais lento em junho. Veja alguns dos indicadores:

  • A demanda global, medida em toneladas-quilômetro de carga (CTKs), mostra que ainda há uma queda de 17,6% (-19,9% para operações internacionais) em comparação a junho do ano anterior. Essa é uma melhora modesta em relação à queda de 20,1% registrada em maio;
  • A capacidade global oferecida pelas empresas aéreas, medida em toneladas-quilômetro disponível (ACTKs), mostra diminuição de 34,1% em junho (-33,9% para operações internacionais) em comparação com o ano anterior. Isso foi semelhante à queda de 34,8% em maio;
  • A capacidade dos porões para carga aérea internacional ainda apresenta encolhimento de 70% em junho em relação ao ano anterior devido à retirada dos serviços de passageiros em meio à COVID-19. Isso foi apenas parcialmente compensado por um aumento de 32% na capacidade através do uso expandido de aeronaves de carga;
  • A demanda global de manufatura estabilizou em junho:
    • O novo componente de pedidos de exportação do PMI subiu 11 pontos em relação a maio, o maior aumento mensal desde que a série começou em 1999;
    • O PMI que rastreia a produção global de manufatura se recuperou em junho para seu nível mais alto desde janeiro.

“A carga é, de longe, mais saudável do que o mercado de passageiros neste momento, mas fazer negócios continua sendo um desafio excepcional. Embora a atividade econômica esteja reiniciando após grandes interrupções de bloqueio, não houve um grande aumento na demanda. A corrida para levar equipamentos de proteção individual (EPI) ao mercado diminuiu à medida que as cadeias de suprimentos se regularizaram, permitindo que os transportadores usassem opções marítimas e ferroviárias mais baratas. E a restrição de capacidade continua porque as operações de passageiros estão se recuperando muito lentamente”, disse Alexandre de Juniac, Diretor Geral e CEO da IATA.

Desempenho regional de junho

Todas as regiões do globo ainda registram quedas de demanda em junho em relação ao mesmo mês de 2019.

As companhias aéreas da Europa e da América Latina sofreram as quedas mais acentuadas no crescimento anual do volume total de frete aéreo, com -27,2% e -33,2%, respectivamente, enquanto as companhias aéreas da Ásia-Pacífico e Oriente Médio sofreram quedas um pouco menos intensas, de -21,6% e -19,0%.

As companhias aéreas da América do Norte e da África tiveram quedas mais moderadas em comparação com as outras regiões, com -0,4% e -14,8%.

Dados de junho para cada região do planeta – Fonte: IATA

Ásia-Pacífico: as companhias aéreas viram a demanda por carga aérea internacional cair 20% em junho de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Houve uma ligeira deterioração em relação à queda de 18,8% em maio. Apesar da produção começar a aumentar na região, a demanda foi impactada pela redução nos embarques de EPIs por via aérea. A capacidade internacional diminuiu 32,3%.

América do Norte: as companhias aéreas registraram uma queda mais moderada na demanda internacional de carga, de 8,8% ano a ano em junho. Essa foi a menor contração de todas as regiões. O desempenho resiliente deve-se às grandes frotas de cargueiros de algumas das companhias aéreas da região, bem como ao apoio fiscal às companhias aéreas nos EUA a partir da Lei CARES. A capacidade internacional diminuiu 30,7%.

Europa: as companhias aéreas registraram uma queda anual de 27,6% no volume internacional de cargas em junho. Essa foi uma leve melhora em relação ao desempenho de maio de -29,5%, mas ainda o segundo desempenho mais fraco de todas as regiões. A capacidade internacional diminuiu 40,7%.

Oriente Médio: as companhias aéreas registraram uma queda de 19,1% em relação a junho do ano anterior, uma melhora em relação à queda de 24,9% em maio. A capacidade internacional diminuiu 25,8%, a melhor de todas as regiões. Isso foi impulsionado pelas estratégias operacionais agressivas de algumas das transportadoras da região.

América Latina: As companhias aéreas registraram uma queda de 29,4% na demanda internacional em junho. Esse foi o desempenho mais fraco de todas as regiões. A capacidade internacional diminuiu 43,6%, indicando uma redução considerável. A crise da COVID-19 atualmente é particularmente desafiadora para as companhias aéreas com sede na América Latina devido a medidas estritas de bloqueio.

África: as companhias aéreas registraram contração de 13,8% em junho. Esse desempenho foi pior que a queda de 7,3% na demanda em maio. O pequeno mercado África-Ásia continuou crescendo em junho, com alta de 20,1%. No entanto, a região sofreu com os efeitos da pandemia que se tornaram mais graves em junho. A capacidade internacional nessa região diminuiu 46,2%.

Informações oficiais da IATA

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