Delta critica nova lei eleitoral da Geórgia e governo ameaça retirar subsídios

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A Delta Air Lines, uma das maiores empregadoras do estado da Geórgia, onde fica seu principal aeroporto e que era até a pandemia o maior do mundo em movimento, criticou mudanças em leis eleitorais.

Avião Airbus A330-200 Delta Air Lines

A nova lei, aprovada pela câmara estadual que tem maioria republicana, mesmo partido do governador, institui novas regras eleitorais, que podem parecer comuns aos brasileiros, mas não são populares nos EUA.

Dentre as medidas no pacote recém-sancionado, estão a obrigatoriedade de apresentação de documento oficial com foto para votação, assim como limitação de locais para depósito de voto por correio, e também inclui a proibição de dar comida ou água (mesmo que de maneira gratuita) para quem está na fila de votação aguardando sua vez.

Isto é visto por políticos democratas como uma maneira de não incentivar as pessoas a votarem. Já os republicanos alegam que a nova lei foi feita para evitar fraudes, mesmo sem comprovação que elas existiram nas últimas eleições.

A discussão surgiu após Joe Biden ganhar de Donald Trump por uma diferença de apenas 16 mil votos no estado, levando todos os 16 delegados eleitorais da Geórgia, estado onde a Delta tem a maior presença com 86 mil empregados, sendo a 5ª maior empresa dali.

“Eu preciso falar, de maneira bem clara, que a versão final da lei é inaceitável e não está de acordo com os valores da Delta”, afirmou Ed Bastian, CEO da empresa, em uma carta enviada a todos os funcionários da companhia aérea no mundo.

Outras empresas como a Coca-Cola, Microsoft e até a concorrente United Airlines, condenaram a nova lei. Inclusive a liga nacional de baseball, a MLB, cancelou a realização do Jogo das Estrelas em Atlanta, afirmando que irá transferir para outro estado.

O boicote destas e outras empresas não agradou o ex-presidente Donald Trump, que condenou os posicionamentos delas e pediu que seus seguidores as boicotassem.

Apesar de não ter nenhum movimento de boicote organizado, a câmera estadual fez sua retaliação e aprovou uma lei que tira os subsídios sobre o combustível de aviação que a Delta consome. Segundo a CBS News, esta lei foi aprovada na lower-house (câmara), mas não foi votada ainda no senado estadual.

Mesmo sem a lei ter sido aprovada, o movimento acendeu um sinal de alerta na Delta, que movimenta 77 milhões dos 110 milhões de passageiros que passaram no Aeroporto de Atlanta em 2019, até então o maior do mundo em fluxo de passageiros.

Já outras pessoas criticaram o posicionamento das empresas aéreas, já que é exigido documento com foto para poder embarcar: “Eu tenho que mostrar meu documento para acessar sua linha aérea”, disse o usuário no Tweet abaixo, em resposta à United Airlines:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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