
A Delta Air Lines está enfrentando 11 processos judiciais distintos relacionados ao pouso duro do voo DL4819 no Aeroporto Pearson, em Toronto, no Canadá, no dia 17 de fevereiro, quando o jato regional Bombardier CRJ capotou e ficou de cabeça para baixo na pista congelada.
Milagrosamente, os 80 passageiros e tripulantes escaparam do acidente sem mortes, mas alguns passageiros afirmam ter sofrido “ferimentos graves” devido à aterrissagem brusca.
Entre eles está Marthinus Lourens, uma das primeiras vítimas a entrar com ação contra a Delta. Ele foi atingido por combustível enquanto a aeronave deslizou pela pista, ficando pendurado de cabeça para baixo com ferimentos significativos na cabeça, pescoço, costas, joelhos e rosto.
Outra passageira, Hannah Krebs, relatou ter sido violentamente arremessada dentro da cabine durante o capotamento, segundo outro processo contra a companhia.
A maioria das ações contra a empresa aérea baseia-se na Convenção de Montreal, que responsabiliza as companhias por danos sofridos por passageiros durante voos internacionais. Alguns processos ainda acusam a Delta de negligência e uma “extensa lista de erros e omissões” que teriam contribuído para o acidente.
Na semana passada, a Delta solicitou à Justiça que todos os processos fossem transferidos para um tribunal distrital de Minnesota, onde poderiam ser consolidados para audiências preliminares. A escolha de Minnesota se deve ao fato de o voo DL4819 ter partido de Minneapolis, informou o PYOK.
“O Distrito de Minnesota tem as maiores e mais substanciais conexões com o acidente entre todos os distritos dos EUA, sendo a localização mais conveniente e lógica para a maioria das partes envolvidas”, afirmaram os advogados da Delta na petição.
A defesa nega responsabilidade pelos ferimentos sofridos pelos passageiros e informa que espera o surgimento de mais ações judiciais nas próximas semanas e meses.
A investigação conduzida pelo Conselho de Segurança em Transporte do Canadá (TSB) segue em andamento. Um relatório preliminar divulgado em março aponta 11 áreas que serão analisadas detalhadamente, como a estrutura da asa da aeronave operada pela subsidiária da Delta, Endeavor Air, além das técnicas de pouso, treinamento dos pilotos e certificação do trem de pouso.
A aeronave permanece armazenada, incluindo a asa direita e a cauda, que foram arrancadas durante o deslizamento na pista.
O relatório também revelou que os dois pilotos ficaram inicialmente presos na cabine porque a porta do cockpit travou. Eles foram resgatados por um passageiro que já havia evacuado o avião, por meio de uma escotilha de emergência.
Após o acidente, a Delta foi obrigada a divulgar detalhes pessoais dos pilotos, depois que rumores falsos sobre a experiência deles começaram a circular nas redes sociais.
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