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Delta evita terceirização e, com isso, atrasa 50% menos voos que a concorrente

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Durante a forte nevasca nos EUA, a Delta se manteve bastante pontual em relação aos concorrentes e atribui o sucesso aos seus funcionários.

Boeing 767 da Delta sobrevoa arredores de Seattle – Divulgação

A grande nevasca afetou diversos estados dos EUA continental, que ficou mais de 70% coberto de neve, deixando regiões sem energia e causando acidentes, além de atrasos em voos.

E até Seattle, que não costuma ficar tão coberta de neve apesar de se localizar no extremo norte do país, foi bastante afetada, fazendo com que a nevasca pegasse uma parte da cidade de surpresa.

E foi para esta situação que a Delta se preparou e acabou saindo na frente, por utilizar funcionários próprios e montar uma estratégia em um de seus principais hubs.

O final de semana dos dias 13 e 14 foi aquele no qual o Aeroporto de Seattle (Sea-Tac) foi mais afetado pela nevasca, e as duas principais empresas de lá foram bastante afetadas: a Delta e a Alaska Airlines.

Mas, enquanto no sábado a Alaska cancelou 80% de seus voos, a Delta cancelou apenas 30%. Ambos os números incluem os voos das respectivas subsidiárias regionais Horizon Air e Delta Connection.

Organização e funcionários

Segundo o SeattleTimes, a diferença se deu na organização das duas empresas. A Alaska apostou na contratação de caminhões terceirizados que fazem o degelo das aeronaves, enquanto a Delta havia adquirido mais destes veículos anos antes.

“Trazer mais caminhões não é uma solução, já que não temos onde estacionar eles ou mais áreas para fazer o degelo. O espaço aqui é pequeno”, afirma Bobbie Egan, porta-voz da Alaska e que aponta que o Sea-Tac é o 83º aeroporto em área de pátio nos EUA.

Apesar das três pistas paralelas, o pátio de Seattle não é dos maiores, e é bastante ocupado também por áreas para aviões cargueiros e hangares de manutenção.

Já a Delta, além dos caminhões extras, achou como solução mais prática implantar um melhor planejamento e mais funcionários próprios. Em torno de 20 pessoas de Oklahoma, Los Angeles, Nova Iorque e Salt Lake City foram dar apoio para a base de Seattle. Além disso, funcionários que moram mais distantes do Sea-Tac foram colocados em hotéis do aeroporto, e outros até deslocaram-se a pé quando não tinha transporte público disponível.

“Estamos orgulhosos da performance do time da Delta durante a nevasca. O planejamento, preparação e boa infraestrutura são críticos, mas o mais importante é o que as pessoas fazem a mais”, afirmou Anthony Black, chefe da base de Seattle da Delta, em e-mail enviado aos funcionários após o final de semana, que inclusive citou que a empresa acomodou passageiros de duas outras empresas concorrentes.

Outras estratégias

Divulgação – Delta

A Alaska admite a performance melhor da Delta, mas atribui o resultado a outros pontos além da organização dos caminhões próprios e de seus funcionários.

“Eles cancelaram a maioria dos seus voos regionais e protegeram os voos troncos. Nós usamos uma estratégica diferente para que uma quantidade menor de passageiros fosse afetada”, afirma Brooke Vatheuer, vice-presidente de performance da Alaska.

No caso, a Delta priorizou os seus voos ao invés dos da Delta Connection, que utiliza aviões menores como o Embraer E175, porém, em maior quantidade para transportar a mesma quantidade de passageiros que um Boeing 737, por exemplo.

Outro ponto é que Sea-Tac não é a principal base da Delta, mas sim da Alaska (que ironicamente não tem suas principais operações no estado homônimo). Com isso, mais aviões da Alaska dormem no aeroporto de Seattle do que da Delta, e o resultado se vê no dia seguinte, com mais aeronaves para terem o gelo removido.

De qualquer maneira, Brooke afirmou que o desempenho da Alaska não foi tão ruim quando comparado a outros grandes hubs das concorrentes, mas que o final de semana trouxe diversos aprendizados.

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