Despressurização força avião venezuelano com 133 a bordo a pousar na Amazônia peruana

Um Boeing 737-400 da Avior Airlines, registro YV3011, executava o voo 1521 de Lima para Caracas com 133 pessoas a bordo e estava perto de Tarapoto (Peru) quando a tripulação iniciou uma descida de emergência devido à perda de pressão da cabine.

Foto de Oliver Laufer

O voo, cuja decolagem estava marcada para as 5 horas da manhã, deixou Lima apenas às 8 horas desta sexta-feira, 6 de dezembro.

Quando já estava em cruzeiro, apresentou uma falha no sistema de pressurização que resultou numa perda abrupta de altura, conforme relatado ao El Pitazo, por uma das passageiras da aeronave. Infelizmente, esse voo não estava rastreado em plataformas como o FlightRadar24 e, portanto, não é possível verificar em que momento ocorreu a perda abrupta de altura (ou se foi mesmo abrupta).

No entanto, presume-se que essa descida foi proposital e comandada pelos pilotos, a fim de baixar a aeronave a uma altitude de maior pressão atmosférica e, assim, eliminar o diferencial resultante da despressurização, que é prejudicial à saúde de passageiros e tripulantes, podendo causar fadiga, desmaios, dor de cabeça e até perda de memória devido à falta de oxigênio.

Em vídeos feitos por passageiros, é possível ver que as máscaras de oxigênio foram liberadas e que havia um certo nervosismo da tripulação na busca por médicos ou enfermeiros a bordo. De acordo com relatos e, posteriormente confirmado pela empresa, a aeronave foi desviada para Tarapoto, na Amazônia peruana, onde fez um pouso seguro. 

O jornal La Republica relatou ainda que um bebê foi levado a um hospital para uma verificação de precaução, enquanto algumas pessoas sofreram desmaios resultantes do nervosismo.

Declaração da companhia

A Avior Airlines emitiu às 18h24 uma declaração sobre o assunto. Em um dos trechos da nota, que você vê abaixo na íntegra, a companhia diz em um tom forte: “Contrário aos rumores gerados, o sistema de oxigênio funcionou perfeitamente. Descartamos qualquer comentário alheio à realidade e rechaçamos qualquer coisa que incite a pensar que houveram problemas elétricos ou até explosivos”.

Esse trecho foi um rebate ao que reportaram alguns veículos peruanos, onde passageiros afirmaram que o sistema de emergência não estava funcionando adequadamente. No entanto, é impossível afirmar que um dos lados está correto sem que haja um laudo investigativo, sobretudo dado à falta de transparência das empresas aéreas venezuelanas.

Segundo caso em menos de um mês

Esse é o segundo incidente grave envolvendo a empresa venezuelana em menos de um mês. No fim de novembro, outro Boeing 737-400 da empresa sofreu um acidente enquanto pousava no aeroporto de Bogotá.

Nesse episódio, o trem de pouso do jato desabou logo após a aeronave tocar na pista, fazendo com que ele arrastasse a nacele do motor no chão até que viesse a parar, gerando um assustador espetáculo de faíscas no aeroporto colombiano.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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