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Detritos estranhos travaram válvula do avião 767 que voltou 2 vezes a Campinas (SP)

A aeronave parada na pista do Aeroporto de Viracopos, em imagem do canal Golf Oscar Romeo

Na semana passada, dois incidentes envolvendo a mesma aeronave em poucos dias ganharam grande repercussão, quando o Boeing 767 da companhia aérea canadense Cargojet precisou voltar a Campinas (SP) nas duas ocasiões com problemas semelhantes.

O primeiro incidente ocorreu na noite do dia 7 de novembro, quando o Boeing 767-300F, registrado sob a matrícula C-GVIJ, precisou retornar ao Aeroporto Internacional de Viracopos após ter problemas de pressurização. O incidente chamou a atenção dos moradores de Piracicaba-SP, onde o jato sobrevoou por um tempo mantendo baixa altura, com objetivo de consumir combustível para ficar mais leve antes de realizar o pouso, completado com segurança.

Após três dias em solo até a conclusão da intervenção por parte da manutenção, o jato cargueiro, apenas com os dois pilotos a bordo, de acordo com o The Aviation Herald, decolou novamente para cumprir o voo W8-1592, com destino a Miami, nos Estados Unidos.

Entretanto, a 26 mil pés (cerca de 7,92 km) de altitude, a tripulação novamente interrompeu a fase de subida após perceber que a cabine não pressurizava mais que 5 psi, além dos controladores de pressão terem apresentado falha.

Diante das falhas, a tripulação declarou ‘PAN PAN’, a mensagem de comunicação de rádio que denota uma situação que é urgente, mas, por enquanto, não representa um perigo imediato para a vida de ninguém ou para a própria aeronave.

A aeronave retornando pela segunda vez para Campinas – Imagem: FlightRadar24

A aeronave foi baixada para 10 mil pés (cerca de 3 km) de altitude e mais uma vez seguiu de volta para Campinas, onde, sem novas intercorrências, realizou um pouso seguro após cerca de 90 minutos de voo, porém, dessa vez com excesso de peso.

Como acompanhamos ao vivo aqui no AEROIN, através da transmissão da câmera do canal parceiro Golf Oscar Romeo, dessa vez os pilotos solicitaram acompanhamento de caminhões de bombeiros. Eles pararam o jato na pista e pediram a aproximação dos veículos (Caso não tenha visto ou queira rever os vídeos do momento, clique aqui para acessar).

Após o incidente, o Conselho de Segurança em Transporte do Canadá (TSB) relatou que, na intervenção de manutenção, a válvula de alívio de pressão inferior foi encontrada aberta, e a causa foi a presença de detritos de objetos estranhos (FOD). A manutenção removeu os detritos e a válvula foi fechada.

Adicionalmente, foi necessário substituir o Transceptor de Rádio Altímetro (RAD ALT Transceiver) da posição central, os controladores de pressão da cabine e o painel de controle da tela do primeiro oficial (copiloto).

O Sistema de Gerenciamento de Voo (FMC) do comandante foi testado e considerado em bom funcionamento, e, por fim, uma inspeção devido ao pouso com excesso de peso foi realizada e a aeronave voltou às operações novamente.

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