Dois voos fazem desvios intrigantes em uma semana para troca de tripulação e evitar passageiros presos

Imagem: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Num evento curioso, uma segunda aeronave em apenas uma semana fez um intrigante “duplo desvio” com o objetivo de trocar a tripulação, evitando que os passageiros ficassem isolados em um país estrangeiro.

Segundo reportou o aeroTELEGRAPH, o incidente ocorreu no dia 13 de abril, quando passageiros embarcaram em um voo da Eurowings, partindo de Hurghada, um famoso destino turístico no Egito, em direção a Colônia, na Alemanha.

Embora a decolagem tenha sido atrasada em quase duas horas, os passageiros não esperavam que, ao embarcar no voo EW-981, acabariam fazendo três pousos antes de finalmente chegar ao seu destino.

Logo após a decolagem de Hurghada e ao alcançarem a altitude de cruzeiro de 36.000 pés, um dos passageiros passou mal, levando à declaração de uma emergência médica.

Naquele momento, o avião já estava sobrevoando o Mar Mediterrâneo em direção à Europa, e havia poucas opções de pouso para que o passageiro recebesse assistência médica urgente.

Cerca de uma hora e meia após a decolagem, a aeronave pousou no Aeroporto de Heraklion, na ilha grega de Creta, onde o passageiro foi levado ao hospital e o avião foi reabastecido para continuar sua jornada de volta à Alemanha.

No entanto, esse processo levou algum tempo e o avião só conseguiu decolar novamente de Creta duas horas depois. Quando a aeronave decolou, ficou evidente que a tripulação estava se aproximando do limite legal de horas trabalhadas, o que impediu que completassem o trajeto até Colônia.

As regras europeias conhecidas como “Limitações de Tempo de Voo” estabelecem um máximo de 13 horas de trabalho para pilotos e comissários, podendo ser estendido para 15 horas em caso de atrasos imprevistos.

Diante da impossibilidade de fazer o voo completo, a companhia aérea adotou uma solução para evitar que os passageiros ficassem retidos durante a noite na ilha grega. Em vez disso, a aeronave, operada pela parceira Smartwings, seguiu para Zagreb, na Croácia, onde uma nova tripulação aguardava para assumir o voo e completar a jornada até a Alemanha.

Para os passageiros, isso significou mais duas horas de espera no solo antes que o avião finalmente decolasse para a terceira e última parte da viagem, chegando ao seu destino final mais de seis horas após o horário originalmente programado.

Este tipo de estratégia já foi utilizado anteriormente. No dia 8 de abril, a British Airways adotou uma abordagem semelhante para repatriar um grupo de passageiros que viajava das Bahamas para Londres-Heathrow, após o Boeing 777 ser obrigado a fazer uma emergência médica em Gander, no Canadá.

A companhia aérea, ciente de que a tripulação não poderia operar legalmente o restante do voo devido às “Limitações de Tempo de Voo”, enviou uma nova tripulação de Londres em um avião vazio para encontrar os passageiros na Islândia.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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