
Num evento curioso, uma segunda aeronave em apenas uma semana fez um intrigante “duplo desvio” com o objetivo de trocar a tripulação, evitando que os passageiros ficassem isolados em um país estrangeiro.
Segundo reportou o aeroTELEGRAPH, o incidente ocorreu no dia 13 de abril, quando passageiros embarcaram em um voo da Eurowings, partindo de Hurghada, um famoso destino turístico no Egito, em direção a Colônia, na Alemanha.
Embora a decolagem tenha sido atrasada em quase duas horas, os passageiros não esperavam que, ao embarcar no voo EW-981, acabariam fazendo três pousos antes de finalmente chegar ao seu destino.
Logo após a decolagem de Hurghada e ao alcançarem a altitude de cruzeiro de 36.000 pés, um dos passageiros passou mal, levando à declaração de uma emergência médica.
Naquele momento, o avião já estava sobrevoando o Mar Mediterrâneo em direção à Europa, e havia poucas opções de pouso para que o passageiro recebesse assistência médica urgente.
Cerca de uma hora e meia após a decolagem, a aeronave pousou no Aeroporto de Heraklion, na ilha grega de Creta, onde o passageiro foi levado ao hospital e o avião foi reabastecido para continuar sua jornada de volta à Alemanha.
No entanto, esse processo levou algum tempo e o avião só conseguiu decolar novamente de Creta duas horas depois. Quando a aeronave decolou, ficou evidente que a tripulação estava se aproximando do limite legal de horas trabalhadas, o que impediu que completassem o trajeto até Colônia.
As regras europeias conhecidas como “Limitações de Tempo de Voo” estabelecem um máximo de 13 horas de trabalho para pilotos e comissários, podendo ser estendido para 15 horas em caso de atrasos imprevistos.
Diante da impossibilidade de fazer o voo completo, a companhia aérea adotou uma solução para evitar que os passageiros ficassem retidos durante a noite na ilha grega. Em vez disso, a aeronave, operada pela parceira Smartwings, seguiu para Zagreb, na Croácia, onde uma nova tripulação aguardava para assumir o voo e completar a jornada até a Alemanha.
Para os passageiros, isso significou mais duas horas de espera no solo antes que o avião finalmente decolasse para a terceira e última parte da viagem, chegando ao seu destino final mais de seis horas após o horário originalmente programado.
Este tipo de estratégia já foi utilizado anteriormente. No dia 8 de abril, a British Airways adotou uma abordagem semelhante para repatriar um grupo de passageiros que viajava das Bahamas para Londres-Heathrow, após o Boeing 777 ser obrigado a fazer uma emergência médica em Gander, no Canadá.
A companhia aérea, ciente de que a tripulação não poderia operar legalmente o restante do voo devido às “Limitações de Tempo de Voo”, enviou uma nova tripulação de Londres em um avião vazio para encontrar os passageiros na Islândia.