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Duas aéreas não americanas levam multas de $825.000 por voarem em espaço aéreo proibido pelos EUA

Imagem: Etihad

O Departamento de Transporte dos EUA (DOT) aplicou uma multa combinada de $825.000 às companhias aéreas Etihad Airways e Ethiopian Airlines por violarem as regras de espaço aéreo proibido, mesmo após advertências para cessar tais operações.

Etihad Airways

A investigação sobre a Etihad começou no final de 2022 quando foi descoberto que a companhia aérea, baseada em Abu Dhabi, estava operando voos em espaço aéreo iraquiano enquanto carregava o código ‘B6’ da JetBlue em voos compartilhados.

Os voos ocorreram entre agosto e setembro de 2022, desconsiderando um NOTAM (Notice to Air Missions) emitido dois anos antes pela FAA, que proibia transportadoras dos EUA de sobrevoar o espaço aéreo em torno de Bagdá. O DOT comunicou a Etihad sobre a conduta “problemática” em setembro e novembro de 2022, mas a companhia aérea violou novamente as restrições logo depois.

A Etihad argumentou que a perda de “conhecimento institucional” durante uma grande reestruturação e a pandemia resultou nessas violações. Disseram que ações corretivas foram implementadas, adicionando até 40 minutos ao tempo de voo de certos serviços.

Para evitar um processo judicial, a Etihad concordou com uma ordem de consentimento, aceitando pagar uma multa de $400.000, mas metade deste valor será paga inicialmente, com os $200.000 restantes contingentes a futuras violações.

Ethiopian Airlines

A Ethiopian Airlines, por sua vez, operou voos codeshare com a United Airlines no espaço aéreo proibido da Somália entre fevereiro de 2020 e dezembro de 2022. A DOT notificou a companhia uma vez, mas violações continuaram.

A Ethiopian afirmou que os voos só foram redirecionados devido ao controle de tráfego aéreo local, focando sempre na segurança. No entanto, isso não impediu a DOT de aplicar uma multa de $425.000, dos quais $212.500 deverão ser pagos.

Comparação com Outras Multas

Essas multas são menores em comparação à multa de $1,8 milhão imposta à Emirates em junho, após operar 122 voos para os EUA através do espaço aéreo iraquiano entre dezembro de 2021 e agosto de 2022, também carregando o código ‘B6’ da JetBlue. Na época, a Emirates alegou seguir instruções de controladores de tráfego aéreo locais.

Esses casos sublinham a complexidade dos regulamentos de aviões em codeshare e a importância de seguir as diretrizes do espaço aéreo internacionalmente. As companhias aéreas precisam assegurar que suas operações estão em conformidade com as restrições locais e internacionais para evitar penalidades significativas.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.