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É Oficial: FAB vai adquirir dois Airbus A330 da Azul por US$ 80,6 milhões

No começo de março, o AEROIN trouxe, em primeira mão, a informação de que a Azul Linhas Aéreas fora a única licitante a apresentar uma proposta para fornecer dois jatos Airbus A330-200 à Força Aérea Brasileira (FAB), para posterior conversão em aeronave multi-missão. Agora, nesta quarta-feira (6) a força publica no Diário Oficial de que o negócio está confirmado por um montante de US$ 80,58 milhões.

A licitação Nº 220004/CABW/2022, que faz parte do projeto KC-X3 da FAB, foi conduzida pela Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington (CABW). Apesar de aberto a quaisquer empresa do mundo, apenas a Azul apresentou uma proposta.

O certame vencido pela companhia brasileira pede que a aeronave tenha sido produzida após 1 de janeiro de 2014. Dos oito Airbus A330-200 que estão na frota da Azul atualmente, apenas o jato PR-AIS (msn 1492) atende a esse requisito. Todos os demais são muito mais antigos. Desta forma, ainda deve ficar claro como a Azul planeja atender à demanda da FAB.

Ainda não há detalhes de como a Azul fará para atender a essa licitação, sendo que, provavelmente, terá que adquirir ao menos uma aeronave para revender à FAB.

Após serem recebidas, as aeronaves serão convertidas para MRTT (Multi-Role Tanker Transport) nas instalações da Airbus em Getafe, na Espanha. É esperado que o processo leve 18 meses.

O objetivo do projeto

O projeto KC-X3 visa substituir o KC-137 (o Boeing 707 ex-Varig adaptado para reabastecimento em voo e transporte estratégico). Aposentado em 2013, o Boeing 707 cumpria um papel importante na FAB, fazendo o transporte rápido entre cidades, levando militares, apoiando na evacuação aeromédica de grande escala, cargas em geral ou na sua missão principal, que é o reabastecimento em voo.

Uma parte dessa lacuna deixada pelo 707 foi preenchida pelo KC-390, mas, ele está distante da categoria de aviões estratégicos de transporte que a FAB precisa.

O A330 MRTT consegue levar 37 toneladas de carga apenas no porão, ou 8 pallets militares, já o KC-390 leva 26 toneladas e 7 pallets. Para evacuação aeromédica, o Airbus leva 130 macas, enquanto o brasileiro apenas 74. O jato europeu alcança mais de 14 mil quilômetros.

Para um país continental como o Brasil, existe a necessidade da Força Aérea operar um mix de aeronaves. Um A330 teria feito a diferença durante a pandemia, sobretudo diante da crise de falta de oxigênio no Amazonas, onde a FAB ajudou muito, mas não como queria.

Confira a nota no Diário Oficial:

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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