A Boeing anunciou a eliminação de todas as viagens em Classe Executiva e Primeira Classe para seus funcionários, incluindo altos executivos, à medida que busca formas de economizar dinheiro durante a greve em curso dos empregados nas áreas de Portland e Seattle. O conflito está centrado em questões de salários e condições de trabalho, e a greve já se estende por quatro dias.
Em um memorando vazado enviado aos funcionários na manhã de segunda-feira, o vice-presidente e diretor financeiro da Boeing, Brian West, alertou que a greve “comprometia significativamente” a recuperação da empresa, que já enfrenta anos de reveses e controvérsias em sua divisão de jatos comerciais. “Precisamos tomar as medidas necessárias para preservar o capital e garantir nosso futuro compartilhado”, destacou West enquanto detalhava uma série de ações que a Boeing adotaria para reduzir custos.
Entre as medidas, além de reservar apenas assentos em classe econômica para viagens futuras, a Boeing já implementou um congelamento de contratações em todos os níveis e interrompeu todas as viagens, exceto as mais essenciais.
A empresa também decidiu interromper os gastos com caridade. Além disso, o marketing e a publicidade estão sendo congelados, e a Boeing não participará de futuros eventos e feiras até que sua situação financeira seja estabilizada.
O memorando de West prosseguiu, informando que a fabricante também planeja fazer reduções significativas nos gastos com fornecedores e interromper a emissão da maioria das ordens de compra para os programas 737, 767 e 777. Além disso, a Boeing está considerando a difícil decisão de licenças temporárias para muitos funcionários, gerentes e executivos nas próximas semanas.
A companhia se viu em uma posição complicada após o sindicato IAM 751, que representa os trabalhadores de fábricas que constroem aeronaves comerciais na área de Puget Sound – incluindo o best-seller 737 MAX – decidir entrar em greve após rejeitar uma proposta de contrato preliminar com uma votação de 94,6% desfavorável na quinta-feira.
A Boeing havia prometido um “maior aumento geral” de 25%, além de melhorias em aposentadorias, assistência médica e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Contudo, em resposta ao resultado contundente que levou à greve, a fabricante reconheceu que a “mensagem era clara” de que o acordo provisório não era aceitável para os membros.
A Boeing expressou o compromisso de “redefinir nosso relacionamento com nossos funcionários e o sindicato” e se disse pronta para retornar à mesa de negociações. No fim de semana, o Serviço Federal de Mediação e Conciliação anunciou que trabalharia com a Boeing e o IAM para retomar as negociações nesta semana, com a esperança de resolver a disputa e trazer os trabalhadores de volta à linha de produção.