Com uma inflação galopante, que já passa dos 78,5% em doze meses segundo dados do começo deste mês, a Argentina precisa imprimir dinheiro. Sem dar conta internamente de tal demanda, o país vizinho compra papel-moeda da Casa da Moeda do Brasil. Por conta disso, voos acontecem de maneira recorrente com destino a Buenos Aires levando tal carga.
Para falar em números, segundo fontes próximas da operação, apenas neste ano já foram cerca de 20 voos, totalizando mais de 300 toneladas de carga de papel-moeda, entregues em terras argentinas. Os voos, no entanto, não são rastreáveis e as datas não são informadas por motivos de segurança.
Segundo analistas, até o final do ano, a Argentina deve encerrar com 95% de inflação, que corrói os salários e as poupanças dos argentinos. A situação não é nova para os portenhos, que convivem com tais indicadores há anos, mas que, desta vez, tem atingido níveis preocupantes por reflexo da economia global e a guerra da Rússia com a Ucrânia, que afetou as cadeias de suprimentos e, obviamente, fez os preços de quase tudo subir.
A Argentina tem hoje a sexta maior inflação do mundo, atrás apenas do Zimbábue, Líbano, Venezuela, Sudão e Turquia, para citar aqueles países com indicadores minimamente confiáveis, segundo dados do Trading Economics.
