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Em “lavação de roupa” suja, empresa aérea diz que controle de tráfego põe voos em risco

Foto: DAN Air

Um desentendimento acalorado entre a Dan Air e a Romatsa, responsável pelo controle de tráfego aéreo na Romênia, teve início nas redes sociais em 24 de junho de 2023. O motivo da controvérsia: um voo da Dan Air para o recém-inaugurado Aeroporto Internacional Brașov-Ghimbav gerou um conflito de tráfego aéreo.

Em postagens nas redes sociais, a empresa de baixo custo romena Dan Air acusou os controladores de tráfego aéreo de infringirem os regulamentos ao autorizar o decolagem do voo de outra empresa aérea, a HiSky, em detrimento da prioridade na chegada à capital romena.

De acordo com a Dan Air, deveria ser concedida prioridade à sua aeronave Airbus A320, que voava em condições climáticas adversas. A empresa acusou os controladores de tráfego de colocar “em risco a vida dos passageiros” a bordo do A320.

A Romatsa respondeu às acusações com um comunicado à imprensa. A empresa de controle de tráfego aéreo afirmou que a Dan Air não havia solicitado a prioridade no pouso que alegou e, em caso de emergência, teria recebido o devido tratamento. A entidade também admitiu que, conforme regulamento (UE) 2019/123 da Eurocontrol, o voo da HiSky recebeu autorização para decolar e, devido a problemas de capacidade no Aeroporto, o voo da Dan Air teria que esperar um pouco mais para pousar.

Posteriormente, a Dan Air se comprometeu a não lucrar com status de emergência, ainda que questionasse a avaliação de Romatsa sobre em que circunstâncias de segurança determinam o pouso prioritário. Reforçou que a permissão para decolar do voo da HiSky pôs em risco a segurança e não foi coerente com os regulamentos de tráfego aéreo vigentes.

Por sua vez, a Romatsa destacou que diariamente presta serviços seguros a aproximadamente 3.000 aeronaves, sem incidentes relacionados à sua atividade. Reiterou que, em nenhuma circunstância, a segurança do voo DN-288 foi comprometida naquele dia de junho.

Os comunicados à imprensa liberados por Dan Air e Romatsa indicaram até a uma possível disputa judicial entre as empresas. A Dan Air rejeitou a interpretação feita pela Romatsa sobre em que circunstâncias de segurança uma aeronave pode receber permissão especial para pousar. Já Romatsa rejeitou a ideia da empresa aérea de que, por mais de 15 minutos, a aeronave esperou em condições climáticas perigosas.

Esse é um raro caso de “lavação de roupa suja” em público sobre um assunto tão comumente discutido na aviação.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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