Este é um momento crítico para a Air Burkina, a companhia aérea nacional de Burkina Faso, que recentemente retornou uma aeronave Embraer 195 para seu locador, a Nordic Aviation Capital (NAC). O referido avião, um Embraer E195 (de registro XT-ABV, MSN 067) partiu de Ouagadougou para Toulouse, na França, no dia 28 de março, com o fim do contrato de locação.
A aeronave estava fora de operação desde o dia 24 de abril de 2022, após um incidente envolvendo fogo no motor, o tornando inativo até o seu envio recente pós-manutenção. A Air Burkina também havia retornado previamente um E175 com registro XT-ABZ e MSN 316, à NAC. Permanece agora com a companhia apenas outro E195 (o XT-ABY, MSN 050), que está atualmente em Nairobi e necessita de uma grande manutenção após vários anos de uso – a sua devolução à NAC é iminente.
Air Burkina, agora sem qualquer aeronave em sua posse, se tornou dependente de contratos de locação temporários, uma situação que tem levado a notáveis interrupções em suas operações. A empresa opera atualmente um E190 (P4-BFE, MSN 102) alugado da Bestfly, de Angola, e um ATR72-500 (XT-AMI, MSN 722) da startup local Kangala Air Express.
De acordo com o Newsaero, o novo CEO da empresa, Azakaria Traore, terá de enfrentar este cenário desafiador. Traore assumiu o comando da companhia no dia 7 de março, substituindo Maxime TOE. Ele agora lidera uma empresa repleta de dívidas e com problemas financeiros.
Vale lembrar que a Air Burkina havia anunciado planos de privatização em 20 de outubro de 2020, em um acordo de parceria com o grupo americano African Global Development (AGD). Segundo o acordo, o AGD adquiriria uma participação majoritária enquanto o governo retinha uma participação minoritária. No entanto, essa iniciativa de privatização parece ter sido arquivada, aumentando a complexidade da atual situação da companhia aérea.
