O governo venezuelano emitiu na tarde de quinta-feira (16) um comunicado no qual expressa sua rejeição à “gestão irresponsável” da autoridade aeronáutica da República Oriental do Uruguai ao revogar a autorização de sobrevoo do Boeing 747 da Emtrasur Cargo, envolvido em uma controvérsia sobre os laços da tripulação com a República do Irã.
Na sexta-feira passada, a aeronave recém-adquirida pela subsidiária de cargas da Conviasa partiu do aeroporto de Ezeiza, na Argentina, com destino a Montevidéu para completar o reabastecimento. Enquanto o avião sobrevoava o espaço aéreo uruguaio, a autoridade aeronáutica daquele país revogou a autorização de sobrevoo, obrigando o avião a retornar a Buenos Aires, onde permanece desde então e sem resolução de sua situação perante as autoridades argentinas.
A declaração das autoridades venezuelanas está transcrita abaixo, como informou o Aviacionline:
“A República Bolivariana da Venezuela rejeita categoricamente a gestão irresponsável oferecida pela autoridade aeronáutica uruguaia, revogando a autorização de sobrevoo concedida à empresa venezuelana Emtrasur, enquanto a aeronave estava no ar, cumprindo o itinerário entre o Aeroporto Internacional de Ezeiza, Montevidéu e Caracas, para fazer escala de abastecimento técnico. A tripulação foi obrigada a retornar imediatamente ao aeroporto de Ezeiza, na Argentina, não tendo o combustível necessário, colocando em sério risco a vida da tripulação.
O Governo da República Bolivariana da Venezuela denuncia perante a comunidade aeronáutica internacional esta lamentável ação que poderia ter causado uma tragédia, perdas e danos humanos para ambas as nações, além de violar flagrantemente as liberdades do ar, de acordo com o disposto no artigo 140 da Lei Orgânica da Autoridade de Aviação Civil. Ao pousar, verificou-se que a aeronave tinha apenas 17.000 litros de combustível, bem abaixo do recomendado pelo Procedimento Operacional Padronizado da EMTRASUR, que é estabelecido em 20.000 litros.
A República Bolivariana da Venezuela considera inaceitável o que foi levantado e exige explicações das autoridades do Governo uruguaio sobre este terrível acontecimento. Ao mesmo tempo, insta a garantir os princípios de segurança, fraternidade e fraternidade que historicamente guiaram as relações entre as duas nações”.
