Membros da câmara de Deputados da Argentina buscarão incluir a empresa aérea Aerolíneas Argentinas, o Correo Argentino e Radio y Televisión Argentina (RTA) na lista de empresas públicas a serem privatizadas. Essas empresas haviam sido inicialmente excluídas dessa lista durante as negociações realizadas pelo chefe de Gabinete, Guillermo Francos, com setores opositores no Senado.
Segundo reporta o jornal La Nación, Martín Menem, presidente da Câmara de Deputados, confirmou a intenção de insistir na meia sanção previamente votada na câmara baixa em relação à privatização dessas empresas. A sessão para tratar desse tema está programada para quinta-feira, dia 27 deste mês, onde se decidirão as modificações do Senado que serão aceitas ou rejeitadas.
O debate sobre a privatização de empresas públicas, incluído no projeto de Lei de Bases, tem sido um dos mais polêmicos entre oficialismo e oposição. Originalmente, o pacote incluía 41 companhias, mas apenas 6 permaneceram após as modificações, informou o Aviacionline.
Entre estas, Energía Argentina S.A (Enarsa) e Intercargo estão sujeitas à privatização total, enquanto Agua y Saneamientos Argentinos (AySA), Belgrano Cargas y Logística, Sociedade Operadora Ferroviária (Sofse) e Corredores Viales estão na lista para concessão ou privatização.
O Governo agora minimiza o compromisso assumido com o Senado para excluir essas três companhias da privatização, indicando que foi apenas porque não tinha os votos, não porque tenha sido parte de um acordo.
Na Câmara de Deputados, a proposta foi previamente aprovada com 138 votos a favor e 111 contra, com uma diferença de quase 30 votos a favor do oficialismo. Na próxima sessão, espera-se replicar essa diferença.
No entanto, nos blocos de oposição há posições divididas, embora prevaleça uma maioria que não parece disposta a manter essas empresas nas mãos do Estado. Setores do radicalismo, assegura La Nación, argumentam que “não é justo que os mais pobres paguem pelo déficit operacional da empresa”.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, enfatizou que “as empresas tal como estão não podem continuar funcionando” e que a ideia é salvá-las com a entrada de capitais privados. Se o oficialismo não conseguir a maioria para insistir na versão original do projeto, o Governo enviará projetos de lei para privatizar ou conceder essas empresas.
A sessão da quinta-feira, dia 27, será crucial para definir o futuro dessas empresas e a política de privatização na Argentina.
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