
O Departamento de Transportes dos EUA (DOT) cancelou 44 voos para os Estados Unidos que seriam operados pelas empresas Air China, China Eastern Airlines, China Southern Airlines e Xiamen Airlines entre 30 de janeiro e 28 de março de 2022, em retaliação à política “zero-COVID” chinesa, que afeta as operadoras dos EUA, informou o The Wall Street Journal.
“Constatamos que as ações recentes da Administração de Aviação Civil da China (CAAC) que prejudicam as operações da Delta Air Lines, American Airlines e United Airlines são adversas ao interesse público e justificam ações corretivas proporcionais por parte do Departamento. As regras são inconsistentes com as disposições do Acordo EUA-China de Transporte Aéreo Civil e se baseiam em circunstâncias totalmente fora do controle das transportadoras”, disse o DOT.
A política de “interruptor de circuito” da China, que faz parte de sua abordagem mais ampla de “zero COVID”, e impõe sanções às transportadoras sempre que mais de cinco passageiros do mesmo voo de entrada testarem positivo para a doença dentro de sete dias após a chegada. De acordo com as regras, as transportadoras devem receber um período de aviso prévio de quatro semanas e podem optar por suspender a rota para a China por duas semanas ou limitar o fator de ocupação a 40% por quatro semanas.
No entanto, o DOT alega que, desde 31 de dezembro de 2021, o CAAC impôs sanções que afetam 44 voos operados pela American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines sem que houvesse o período de aviso prévio de quatro semanas. As companhias aéreas também não tiveram a opção de limitar o fator de ocupação, mas simplesmente foram instruídas a cancelar seus respectivos serviços.
“O governo dos Estados Unidos enviou suas objeções ao governo da China sobre a medida e sua inconsistência com as disposições do Acordo. Em particular, o governo transmitiu sua opinião de que a medida impõe culpa indevida às transportadoras em relação aos viajantes que, apesar de terem apresentado resultados negativos nos testes antes do embarque, testam positivo para COVID-19 até sete dias após a chegada à China”, afirmou a Casa Branca.
Um porta-voz da Embaixada da China nos EUA, Liu Pengyu, chamou a decisão do DOT de “muito irracional” e enfatizou que a CAAC estava aplicando as mesmas regras a todos os voos de entrada, incluindo aqueles operados por companhias aéreas chinesas.
“Pedimos ao lado dos EUA que pare de interromper e restringir os voos normais de passageiros”, disse ele.