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Embraer confirma que Ucrânia demonstrou interesse no A-29 Super Tucano

Após vários rumores de conversas com a Ucrânia, a Embraer esclareceu como foi o diálogo com o país europeu invadido pela vizinha Rússia.

Foto: Embraer

Em 2021, a Embraer havia exposto o caça de ataque leve A-29 Super Tucano durante uma feira de armas na Ucrânia. Na época, o país tinha retomado o controle de algumas áreas que haviam sido ocupadas por forças separatistas russas e não havia sinais de que Moscou iria executar uma nova invasão ao país.

Virando o ano, porém, a invasão foi lançada e o Ocidente começou a armar a Ucrânia, que precisava de equipamentos para se defender após vários anos de baixas consecutivas e ainda sob o efeito da primeira invasão.

O Brasil não deu indícios que forneceria equipamentos para o país invadido, sendo motivo de críticas por membros da OTAN. Em abril surgiu a informação de que Brasília teria barrado a compra de caças A-29 pela Ucrânia e, mais recentemente, foi confirmada a negativa para compra de blindados ambulância Guarani.

As negativas, tanto durante o governo de Jair Bolsonaro, como o atual governo Lula, teriam se dado pelo Brasil se manter numa posição “neutra” ou de “política de paz”, em que mantém relações comerciais amplas com a Rússia, mas não fornece armamento para a Ucrânia.

Agora, durante o Paris Air Show 2023, maior feira aeronáutica do mundo, o CEO da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Júnior, esclareceu como se deram as conversas com Kyev.

Segundo ele disse ao portal Breaking Defense, os ucranianos “estavam bastante interessados no passado, mas para ser honesto com vocês, eles não entraram em contato depois. Não temos nenhum tipo de conversa aberta com eles”, afirmou o executivo apontando que após a segunda invasão de 2022 o país não teria falado mais com a Embraer.

Muito se levantou sobre a aplicabilidade do Super Tucano no teatro atual da Guerra, que está em uma fase de contraofensiva do lado ucraniano, com retomada de alguns locais-chave.

Apesar deste movimento, o espaço aéreo está praticamente igual ao de um ano atrás: não existe superioridade aérea de nenhum dos lados, já que Moscou não conseguiu destruir a Força Aérea da Ucrânia e esta tem feito apenas ataques pontuais enquanto tem a esperança de receber novos caças para limpar o seu espaço aéreo.

Operar com o A-29 nesta situação pode ser complicado, já que é uma arma valiosa contra infantaria e blindados em solo, mas é altamente vulnerável a baterias antiaéreas e caças inimigos, por ter uma velocidade menor e não ter uma assinatura radar reduzida.

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