A Embraer apresentou hoje, 8 de novembro, seus resultados referentes ao 3º trimestre de 2024 (3T24), reportando lucro líquido de R$ 991,6 milhões, que representa uma alta de 225% sobre os R$ 304,5 milhões de lucro líquido do mesmo período do ano anterior (3T23).
Enquanto isso, se excluídos os efeitos extraordinários como os R$ 233,2 milhões em impostos diferidos e – R$ 47,9 milhões dos resultados da Eve, o lucro líquido ajustado foi de R$ 1,2 bilhão no trimestre, frente a R$ 167,1 milhões há um ano.
Entregas e Carteira de Pedidos
A Embraer entregou 59 jatos no 3T24, resultado 37% superior na comparação ano contra ano, sendo 41 jatos executivos (22 leves e 19 médios), 16 jatos comerciais (4 E1-175, 10 E2-195 e 2 E2-190) e 2 cargueiros multimissão C-390 Millennium em Defesa & Segurança (Brasil e Hungria).
Destaque para a Aviação Executiva, com um crescimento de entregas de 46% no comparativo com o 3T23.
A carteira de pedidos total da empresa alcançou US$22,7 bilhões no 3T24 – crescimento de mais de 25% ano a ano e de quase 10% trimestre a trimestre.
O maior aumento foi em Defesa & Segurança (US$1,5 bilhão) seguido de Serviços & Suporte (US$367 milhões). Enquanto isso, a Aviação Executiva e a Comercial registraram reduções de pequena relevância (-US$184 milhões e -US$168 milhões, respectivamente).
Receita, Margem Bruta e Ebit Ajustado
A receita consolidada de R$9,4 bilhões no 3T24 representou um aumento de quase 50% em relação ao ano anterior e de 20% em relação ao trimestre anterior.
Este sólido resultado é decorrente das unidades Defesa & Segurança e Aviação Executiva, as quais tiveram, cada uma, receitas com um crescimento superior a 85% no ano a ano.
No acumulado de 2024, a receita consolidada da companhia totalizou R$21,7 bilhões – 32% maior quando comparada aos R$16,4 bilhões do ano anterior.
– Aviação Executiva
As receitas totalizaram R$3,1 bilhões, um aumento de 86% comparado ao 3T23, devido ao maior número de entregas e mix de produtos. Este é o melhor terceiro trimestre e primeiros nove meses em termos de receitas e entregas já registrados pela unidade de negócios.
A margem bruta melhorou de 21,8% para 23,4% no comparativo anual, enquanto a margem EBIT ajustada subiu de 10,8% para 16,3% durante o período – com volumes mais elevados impulsionando ambas as variações.
– Defesa & Segurança
As receitas atingiram R$1,2 bilhão, 87% acima do ano anterior. O Super Tucano e maiores volumes do C-390 impulsionaram o crescimento.
A margem bruta reportada diminuiu de 26,0% para 16,8% no comparativo anual, impactada pelo mix de produtos (A-29s de cauda branca), atrasos na cadeia de suprimentos e mix de clientes, de acordo com o método de cálculo de percentual de conclusão. Consequentemente, a margem EBIT ajustada caiu de 15,7% para 7,2% no período e refletiu a variação da margem bruta.
– Aviação Comercial
As receitas totalizaram R$2,6 bilhões, 26% acima do ano anterior, devido ao maior volume de entregas de aeronaves.
A margem bruta diminuiu de 6,6% para 4,3% no comparativo anual devido a atrasos na cadeia de suprimentos e mix de produtos e clientes. A margem EBIT ajustada diminuiu de -0,1% para -4,8% durante o período e refletiu a variação da margem bruta e itens extraordinários positivos no período de comparação.
– Serviços & Suporte
As receitas foram de R$2,4 milhões, 32% acima do ano anterior, sustentadas pela maior utilização da frota e expansão das atividades de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO).
A margem bruta reportada aumentou de 24,8% para 29,2% quando comparada ao mesmo período do ano anterior, em decorrência de ganhos de eficiência (ou seja, maiores volumes) e melhor mix de produtos (peças sobressalentes e treinamento). Consequentemente, a margem EBIT ajustada aumentou de 14,8% para 18,7% no intervalo.
– Outros
Outras receitas incluem a Aviação Agrícola (com o pulverizador agrícola Ipanema), a divisão cibernética (Tempest) e outros negócios. As receitas do segmento registraram uma queda de 32%, de R$101,5 milhões para R$69,4 milhões, no comparativo anual, devido a volumes mais baixos nos segmentos agrícola e cibernético.
– Não segmentado
Há ainda a receita de R$831,4 milhões do acordo de arbitragem com a Boeing.
Ebit Ajustado (Lucro Antes de Juros e Impostos)
A empresa conseguiu apresentar melhores resultados operacionais no 3T24. O EBIT ajustado foi de R$1,6 bilhão durante o trimestre, enquanto a margem EBIT ajustada foi de 17,6% se excluídos itens extraordinários como o resultado operacional de -R$67,9 milhões da Eve.
Enquanto isso, o EBIT reportado aumentou para R$1,6 bilhão no 3T24 (R$420,3 milhões no 3T23) devido à maior lucratividade na Aviação Executiva e Serviços & Suporte. No entanto, houve um item extraordinário importante (R$831,4 milhões decorrentes do acordo de arbitragem com a Boeing) que contribuiu para aumentar a margem EBIT ajustada em cerca de 900 pontos-base (de 8,7% para 17,6%) no período.
Lucro Líquido
O lucro líquido atribuível aos acionistas da Embraer e o lucro líquido por ADS foram de R$991,6 milhões e R$1,3499 no 3T24, comparados a R$304,5 milhões e R$0,4145, respectivamente, no 3T23.
Enquanto isso, o lucro líquido ajustado foi de R$1,2 bilhão no trimestre (R$167,1 milhões há um ano) se excluídos os efeitos extraordinários como os R$233,2 milhões em impostos diferidos e -R$47,9 milhões dos resultados da Eve (beneficiados no trimestre pela marcação a valor de mercado favorável das suas warrants devido à queda do preço das suas ações).
A Embraer destaca que os custos de desenvolvimento da Eve começaram a ser capitalizados como ativos intangíveis no 3T23, uma vez que o programa atingiu maturidade suficiente naquele momento.
Investimentos
A Embraer, individualmente, investiu um total de R$629,2 milhões no 3T24 (R$485,2 milhões no 3T23), motivada pelo crescimento da Aviação Executiva (com uma cabine de pintura) e Serviços & Suporte (com simuladores para treinamento e MRO).
As despesas de capital totalizaram R$325,8 milhões (R$147,4 milhões no 3T23). Adições líquidas ao programa de pool (peças de reposição) somaram outros R$53,9 milhões (R$138,2 milhões no 3T23). Adições líquidas a intangíveis fecharam o período em R$198,2 milhões, e pesquisas em R$51,4 milhões.
Enquanto isso, a Eve investiu um total de R$142,4 milhões durante o trimestre (R$122,1 milhões no ano anterior), dos quais R$140,4 milhões foram acréscimos líquidos de intangíveis e R$2,0 milhões em pesquisas. Consequentemente, a Embraer e a Eve investiram, de forma consolidada, um total de R$771,6 milhões durante o período (R$607,3 milhões um ano atrás).
Atualmente, a Embraer (excluindo Eve) possui três principais projetos de crescimento sustentável:
– Aviação Executiva (capex de US$90 milhões de 2024 a 2027; Gavião Peixoto (SP) e Melbourne, FL, EUA): aumento na capacidade de produção da unidade de negócios até 2027 em linha com a recente expansão da sua carteira de pedidos;
– Serviços & Suporte (capex de US$90 milhões de 2021 a 2025; OGMA, Portugal): nova linha para indução de motores PW1.100 e PW1.900 com início de operação em 2024 e capacidade total (receita de US$500 milhões) em 2028; e
– Serviços & Suporte (capex de US$70 milhões de 2025 a 2026; Fort Worth, TX, EUA): aumento na capacidade de MRO para atender clientes da Aviação Comercial na América do Norte em 50%+ em 2027.
Estimativas para o ano de 2024
A administração acredita que as estimativas anteriores não representam mais oportunidades e riscos equilibrados para as operações do ano vigente. Assim, na perspectiva das operações, a Aviação Comercial estima entregar entre 70 e 73 aeronaves (anteriormente de 72 a 80) e a Aviação Executiva entre 125 e 135 (números inalterados).
Na perspectiva financeira, a Receita está prevista entre US$6,0 bilhões e 6,4 bilhões (inalterada), margem EBIT ajustada entre 9,0% e 10,0% (acima de 6,5% e 7,5%; inclui US$150 milhões referente ao acordo de arbitragem da Boeing) e Fluxo de Caixa Livre ajustado de US$300 milhões ou maior (acima de US$220 milhões ou maior).
Todas as informações do 3º trimestre de 2024 podem ser acessadas na página de resultados da Embraer clicando aqui.