Embraer tem prejuízo de R$ 160,4 milhões no 3º trimestre, menor do que em 2021 e 2019

Imagem: Embraer

A Embraer divulgou nessa segunda-feira, 14 de novembro, seus resultados referentes ao 3º trimestre de 2022 (3T22), reportando prejuízo líquido, mas menor do que o prejuízo do mesmo trimestre do ano anterior e também do mesmo período de 2019.

No 3T22, a Embraer apresentou Prejuízo líquido atribuído aos acionistas da Embraer de R$ 160,4 milhões, uma melhora em comparação a R$ 234,2 milhões em Prejuízo líquido atribuído aos acionistas da Embraer no 3T21. No mesmo trimestre de 2019, antes dos impactos da pandemia, o resultado foi um prejuízo de R$ 314,4 milhões.

A Receita líquida consolidada de R$ 4,872 bilhões (US$ 929,0 milhões), no 3T22, representou redução de 3,0% na comparação com o ano anterior, principalmente por menor receita na unidade de Defesa & Segurança e parcialmente compensada por maiores receitas na Aviação Comercial, Aviação Executiva e Serviços & Suporte.

Aviação Comercial reportou um aumento na receita de 5% no ano, para R$ 1,331 bilhão.

Aviação Executiva apresentou receita de R$ 1,419 bilhão no 3T22, o que representa um aumento de 6% ano a ano.

Defesa & Segurança reportou uma queda de receita de 42%, para R$ 533,7 milhões, impactada principalmente pelo menor reconhecimento de receita no sistema contábil PoC (Percentagem of Completion) do programa A29 em comparação ao 3T21.

Serviços & Suporte apresentou receita de R$ 1,549 bilhão, representando um crescimento anual de 7%, apresentando um crescimento sólido de iniciativas como programas de pesquisa, gerenciamento de reparos e novos acordos de longo prazo.

A Embraer encerrou o 3T22 com uma posição de dívida líquida de R$ 6,9 bilhões, comparada a R$ 9,8 bilhões no ano anterior. A redução do endividamento líquido da Companhia é resultado da geração de caixa nos últimos quatro trimestres e da estratégia de gestão de passivos da Embraer para reduzir a dívida bruta e as despesas com juros.

Para garantir a liquidez da empresa, a Embraer (i) obteve em 22 de outubro uma linha de crédito rotativo “RCF” no valor de até US$ 650 milhões, (ii) uma operação de crédito de US$ 100 milhões do JPMorgan/UKEF para financiar fornecedores, (iii) e foi aprovada a renovação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiamento à produção e exportação de aeronaves comerciais manufaturadas, no valor de R$ 2,2 bilhões até 2027.

A maturidade do endividamento no 3T22 foi de 3,7 anos. O custo da dívida em dólar no 3T22 foi de 5,33% a.a., em linha com os 5,30% a.a. no 2T22, enquanto o custo da dívida em reais aumentou para 7,95% a.a. no 3T22 comparado a 7,32% no 2T22, devido ao aumento na taxa básica de juros.

O fluxo de caixa livre ajustado no 3T22 foi R$ 586,7 milhões negativos devido às necessidades de capital de giro relacionadas às entregas concentradas no último trimestre do ano.

As adições líquidas ao imobilizado totalizaram R$ 174,8 milhões no 3T22. Do valor total do 3T22, o Capex representou R$ 72,2 milhões, e o programa de pool de reposição de peças R$ 103,3 milhões. No 3T22, a Embraer investiu um total de R$ 147,2 milhões em desenvolvimento de produtos e R$ 67,2 milhões em pesquisa.

Alinhado com o aumento planejado de entregas da Companhia para os próximos trimestres, o capital de giro foi impactado pelo aumento de estoque, produtos em elaboração, para suportar as entregas no último trimestre.

PEDIDOS FIRMES EM CARTEIRA – BACKLOG

A carteira de pedidos firmes alcançou US$ 17,8 bilhões, representando um aumento de 6,0% e estável em relação ao 3T21 e 2T22. Os números da carteira de pedidos ficaram estáveis no 3T22, aumentando na Aviação Executiva e Serviços e Suporte no acumulado de 2022.

Os novos pedidos firmes de 20 E195-E2 da Porter e de seis jatos E195-E2 da SalamAir foram parcialmente mitigados pelo acordo mútuo de redução de 31 E175 da Republic na carteira da Aviação Comercial do 3T22.

AVIAÇÃO COMERCIAL

No 3T22, Embraer entregou 10 jatos comerciais, sendo nove E175 para a SkyWest e um E195-E2 para a Aircastle.

No 3T22, Embraer e Republic acordaram uma redução de 31 E175. Este cancelamento foi parcialmente compensado por um pedido firme de 20 E195-E2 da Porter Airlines, somando-se aos seus 30 pedidos firmes existentes, e a SalamAir assinou um pedido firme para seis E195-E2.

A Nordic Aviation Capital (NAC), maior empresa regional de leasing de aeronaves do mundo, assinou um contrato de até 10 conversões para E190F/E195F, com entregas a partir de 2024.

A carteira de pedidos (backlog) e as entregas da Aviação Comercial ao final do 3T22 eram as seguintes:

AVIAÇÃO EXECUTIVA

A Aviação Executiva entregou 23 aeronaves (15 jatos leves e 8 jatos médios) no 3T22. As entregas foram superiores ao 3T21 e as vendas continuaram fortes no trimestre, sendo o segundo melhor 3º trimestre dos últimos dez anos.

O crescimento nos segmentos de jatos executivos leves e médios continua forte. O crescente envelhecimento da frota indica uma tendência de um ciclo de substituição no médio prazo.

DEFESA & SEGURANÇA

Neste trimestre há quatro unidades do C-390 Millennium na linha de produção destinados à Força Aérea Brasileira (FAB), duas unidades para a Força Aérea Portuguesa e uma para as Forças de Defesa Húngaras.

A campanha de testes em voo para o programa português está em andamento para preparar a integração dos testes dos sistemas da OTAN, enquanto a primeira aeronave para o programa húngaro teve sua fuselagem e estruturas de asas concluídas antes do esperado.

 Além disso, no 3T22, a Embraer e a L3Harris Technologies anunciaram uma parceria para desenvolver um “Agile Tanker”, opção de reabastecimento aéreo tático para atender aos imperativos operacionais da Força Aérea dos Estados Unidos e requisitos de reabastecimento de força conjunta especialmente para ambientes sob disputa.

A celebração de aditivos contratuais conclui com sucesso as negociações entre a Embraer e a Força Aérea Brasileira para reduzir de 22 para 19 o número total de aeronaves KC-390 Millennium a serem entregues. As alterações aos Contratos preservam o fluxo de caixa da Companhia, asseguram a viabilidade econômico-financeira do programa KC-390 Millennium e não alteram e não comprometem o guidance da Companhia para 2022.

SERVIÇOS & SUPORTE

A melhoria consistente da receita ocorre apesar dos desafios contínuos na indústria aeroespacial. Os mais críticos são a escassez de materiais em todo o mundo e as restrições da cadeia de suprimentos, que estão afetando a disponibilidade de estoques de peças de reposição, atrasando o tempo de resposta para reparos e aumentando a quantidade de itens pendentes.

O principal impulsionador dos serviços de Aviação Comercial foram as renovações de contratos do Programa Pool, como Azul Gerenciamento de Reparos e a LOT Polish, bem como novos clientes, incluindo Porter Airlines do Canadá, Sky High Aviation Services e Western Air, operadora da maior frota de jatos ERJ no Caribe.

Os destaques também incluem novos contratos para mais de 20 aeronaves da Breeze e Envoy Air de Manutenções Pesadas e Modificações, o lançamento de atualizações e novos recursos AHEAD (Aircraft Health and Analysis Diagnosis) e os novos E-Jets MRBR (Maintenance Review Board Report) – Plano de Manutenção otimizado para reduzir os custos diretos de manutenção.

Informações da Assessoria de Imprensa da Embraer

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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