A Emirates se ofereceu para ajudar o Governo Federal da Nigéria na criação da nova transportadora aérea nacional, a Nigeria Air. A companhia de Dubai não concorre a qualquer participação acionária na futura empresa.
“É claro que o oferecimento da Emirates é muito bem-vindo. Discutiremos como fazer uso dessa oferta de apoio”, disse Tilmann Gabriel, consultor de transações do Ministro da Aviação da Nigéria, ao portal ch-aviation. Ele enfatizou que a Emirates não era um licitante para uma participação acionária estratégica na transportadora nacional, mas se ofereceu para ajudar na criação da companhia aérea, se tal ajuda fosse necessária.
Tilmann confirmou que o Certificado de Operador Aéreo (AOC) e a Licença de Transporte Aéreo (ATL) da Nigeria Air estão “bem em andamento para o lançamento em 1º de julho de 2022, liderados por uma equipe de especialistas nigerianos e europeus em Abuja”.
Ele estava respondendo a declarações feitas pelo presidente da Emirates, Tim Clark, durante um painel de discussão na Cúpula do Governo Mundial 2022 em Dubai em 28 de março. Questionado se a Emirates se envolveria na Nigéria Air, Clark disse que “Se o governo nigeriano e o ministro precisarem de alguma assistência, ficaremos muito felizes em ajudá-los”.
No entanto, Clark não acredita nessa possibilidade. “Eles entendem claramente o que precisa ser feito e estão fazendo isso; e provavelmente no próximo ano, eles terão boas aeronaves voando”.
Potência africana
Clark afirmou acreditar que há uma boa oportunidade de negócio viável para a Nigéria Air, já que a Nigéria é “a potência da África”. “Há um negócio enormemente atraente para isso e, honestamente, estamos todos muito interessados em voar para lá. É uma nação muito rica em termos de demanda por serviços e os nigerianos estão procurando viajar por todo o mundo”.
Também falando no mesmo painel de discussão, o ministro da aviação da Nigéria, Hadi Sirika, defendeu a transportadora nacional, apontando para a população de 200 milhões do país e uma classe média crescente com propensão a voar, além da acessibilidade geográfica da Nigéria na África. Ele deu suas garantias de que a companhia aérea operaria como transportadora privada sem interferência do governo, que ficaria com 5% de participação.
Tilmann destacou que o governo nigeriano e os Emirados estiveram em contato, referindo-se a discussões recentes sobre os regulamentos da Covid para os nigerianos que entram em Dubai e discussões sobre o Acordo Bilateral de Serviço Aéreo, quando a Air Peace foi inicialmente recusada a ter três frequências para Dubai, enquanto a Emirates voa 21x por semana para a Nigéria. “Tudo isso foi resolvido amigavelmente pelo ministro com base em suas ações resolutas”, ressaltou.
Conforme relatado, o governo nigeriano iniciou discussões com a Airbus e a Boeing para adquirir as três primeiras aeronaves de fuselagem estreita para a Nigeria Air.
