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Emirates volta a dizer que está interessada em um novo superjumbo maior que o A380

Enquanto a maior parte das empresas aéreas não vê, neste momento, mais espaço para o desenvolvimento de outra aeronave do porte do Airbus A380, a companhia árabe Emirates pensa diferente. Em uma entrevista à CNN Travel na última semana, o CEO da empresa, Tim Clark, disse novamente que tem apetite até para um avião maior.

A companhia com sede em Dubai tem 118 jatos do modelo, mas apenas cerca de 80 foram reativados e nem todos estão voando regularmente. Ainda assim, a companhia nutre a expectativa de que todos estarão voando até o segundo trimestre do próximo ano.

Não desiste

Com tantos jatos do modelo na frota, não daria mesmo para voltar atrás tão facilmente. Por conta disso, o próprio Clark já se envolveu numa disputa de ideias, para não dizer um embate, com outro CEO, o da Qatar Airways, Akbar Al Baker, um atual crítico do A380 e que já disse não ver a hora de aposentar todos os que sua empresa possui.

Clark, por seu lado, segue firme, “A noção de que o A380 era coisa do passado sempre foi um pouco difícil de engolir. Eu estava rindo comigo mesmo, pensando ‘Espere para ver.’ Começamos a voar com o A380 para Heathrow seis vezes por dia em outubro do ano passado e não tivemos um assento livre em nenhum deles desde então”.

De fato, falar sobre a sua rota mais premium é fácil, no entanto, é certo que o mesmo não pode ser dito da maioria das outras feitas pelo A380. Um exemplo é São Paulo, que perdeu o voo diário do A380 neste mês – a aeronave deu lugar para o Boeing 777, de menor capacidade.

Mantendo-se na contramão do resto do mundo, Clark voltou a dizer que a sua empresa ainda tem interesse numa aeronave ainda maior que o A380 e lamentou que nem a Airbus e nem a Boeing demonstraram vontade de a desenvolver.

Para ele, o crescimento do mercado nos próximos anos, só pode ser acompanhado se a empresa tivesse uma aeronave maior, caso contrário, terá que cobrar mais caro pelos assentos de destinos de maior densidade, que operam com slots coordenados e que, portanto, não têm mais espaço para novos voos.

“A oferta será suprimida, a demanda continuará crescendo e, quando isso acontecer, os preços subirão, é inevitável. Se você tirar os A380 em meados da década de 2030, como você vai fazer? Teremos grandes obras em aeródromos atuais ou novos? No Heathrow, eles não conseguem nem chegar a um acordo sobre a terceira pista. O Schiphol, de Amsterdã, acaba de reduzir o número de pousos e decolagens que eles permitirão. Então, alguém se pergunta, como essa demanda seria acomodada?”, disse Clark.

Nesse sentido, é inegável que Clark tem um ponto.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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