Empresa aérea Azur forçada a reduzir sua frota de aviões pela metade

Foto: TASS

A companhia aérea russa Azur Air deu um novo sinal do impacto que as sanções ocidentais sobre a aviação de seu país estão causando sobre sua operação. Além de já ter cancelado muitos dos seus voos pela inviabilidade comercial das rotas, sobretudo aquelas com destino ao Caribe, os embargos agora estão tocando diretamente na manutenção das aeronaves.

Segundo matéria recente, a companhia até planeja retomar algumas das rotas cortadas, mas isso deverá ocorrer com menos vigor e menos aeronaves. No momento, a Azur Air tem mais da metade de seus aviões parados por causa das oportunidades reduzidas, não apenas devido à rede de rotas encolhida, mas também porque carece de peças de reposição. 

Em resumo, a Azur voará apenas 12 Boeing 757 e 767 neste verão, informa a agência de notícias russa Interfax, referindo-se a uma carta do chefe da empresa, Yevgeny Korolev, à equipe.

“Esta é uma decisão necessária para garantir o mais alto nível de segurança de voo enquanto buscamos novos canais para fornecimento de peças de reposição”, explicou Korolev na carta. A situação é “estável”, mas novos cortes são possíveis.

Antes da guerra

A frota da Azur Air atualmente ativa, e que será reduzida, como citado acima, é composta por 22 aeronaves, sendo dez Boeing 757, dez 767, um 737 e um 777. Antes do ataque russo à Ucrânia, a frota ativa era composta por 35 jatos, dos quais alguns já foram recuperados por arrendadores ocidentais.

Poucos dias após a guerra começar, em 24 de fevereiro, os governos Ocidentais, especialmente dos EUA e Europa, colocaram uma série de sanções sobre a Rússia que estrangularam sua aviação, impedindo a compra de aeronaves e peças de reposição. Imediatamente após isso, as empresas começaram a sentir os impactos.

Com os espaços aéreos fechados, empresas como a Azur Air, que têm foco em destinos de férias preferidos pelos russos, como o Caribe, teriam que fazer longas voltas para chegar aos destinos, ao invés de realizarem os voos “em linha reta”. Isso tornou muitos voos inviáveis pelos custos aumentados e, por consequência, menor interesse do público.

Agora, começam a surgir os problemas com as peças de reposição, que afetam diretamente na segurança das operações. Apenas o que se pode dizer no momento é que o futuro é totalmente incerto para a aviação da Rússia.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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