Empresa aérea bane o termo “aeromoça” de seus manuais em favor do gênero neutro

A tradicional empresa aérea sul-coreana, Korean Air, está prestes a descartar o termo “aeromoça” (Stewardess) e trocá-lo por um termo neutro. A decisão já foi tomada pela companhia, de acordo com um memorando interno visto pelo site Daum News e agora será implementada.

Ao longo das últimas décadas, os sindicatos de comissários de bordo ao redor do mundo lutaram para que o público em geral passasse a usar termos neutros para descrever sua profissão. Nos EUA, o termo Flight Attendant, enquanto na Europa e no Oriente Médio, o termo Cabin Crew é o preferido. Em muitos países de língua espanhola, o termo igualmente neutro de gênero Tripulación de Cabina é usado.

O principal argumento para o ajuste nas palavras deve-se ao fato de que o termo “aeromoça” passou a ser visto como sinônimo de políticas sexistas de companhias aéreas, que as impediam de se casar ou ter um bebê, se quisessem manter o emprego. 

Com o tempo, reivindicações chegaram aos tribunais e companhias tiveram que pagar ações coletivas milionárias nos EUA, forçando a uma mudança de paradigma. Os países também seguiram no mesmo rumo, mas os asiáticos ainda permaneceram (ou permanecem) com políticas de tais características, sobretudo em culturas mais conservadoras.

Um exemplo de mudança de pensamento foi registrada na Singapore Airlines, que apesar de ainda usar a imagem da “Singapore Girl” para suas comissárias de voo, ou seja, de mulheres “em forma”, solteiras e jovens, passou a não mais demitir as funcionárias, caso elas venham a engravidar.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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