A empresa Polar Air Cargo, subsidiária da Atlas Air e com 49% de propriedade da DHL, está envolvida em um escândalo de fraude financeira da ordem de dezenas de milhões de dólares. O Departamento de Justiça dos EUA acusou ex-executivos da Polar por supostamente cobrarem taxas inexistentes de seus clientes por serviços de transporte de carga, as quais era posteriormente desviadas e nunca entraram no caixa da empresa.
O processo alega que a Polar exigia essas taxas desde 2009, e que os réus criaram listas de preços para os valores ilegais. As autoridades também dizem que os clientes da Polar eram obrigados a pagar esses valores para ter seus serviços fornecidos. Os réus também teriam contratado despachantes de carga para vender espaço de carga e coordenar a logística da fraude.
O valor a ser pago era calculadas com base na quantidade de carga enviada com a Polar. Um dos clientes da Polar está processando a companhia, alegando ter sido enganado pelas taxas adicionais exigidas. Ele alega que escolheu a Polar por causa das taxas baixas, mas o marketing inicial não incluía essas taxas extras “obrigatórias”.
O Tesouro Nacional dos EUA descobriu que, em nenhum momento antes da descoberta da fraude em julho de 2021, as propinas dos despachantes de carga eram reportadas ou reconhecidas oficialmente nos demonstrativos financeiros da Polar. Um e-mail do vice-presidente de marketing, que está sob acusação, incluía uma planilha de oito páginas com dezenas de voos da Polar, quantidades de carga e subornos devidos para cada um.
O esquema foi capaz de durar tanto tempo devido às propinas não serem pagas em quantias fixas, mas sim com base em remessas e tamanhos e por ter envolvimento direto de altos executivos. Calcula-se que cerca de US$ 52 milhões tenham sido fraudados pelos envolvidos.
Enquanto a Polar enfrenta acusações graves, seus clientes também são indiciados por pagar propina. Comerciantes e empresas de transporte de carga devem estar atentos para não serem enganados por práticas fraudulentas.
