Empresa aérea processa pilotos por “traição” após o final do treinamento

Uma grande companhia aérea regional dos EUA está processando mais de 10 cadetes que “trairam” a empresa após serem formados por ela.

Divulgação – Republic Airways

A decisão veio da Republic Airways, que é a maior operadora de aviões Embraer no mundo e presta serviço para as três grandes empresas aéreas dos EUA: A American, Delta e United. Voando sob as marcas regionais American Eagle, Delta Connection e United Express, a Republic costuma ser a porta de entrada para vários aviadores no mercado de trabalho. E para suprir a constante falta de pilotos, em parte causada pelos requisitos “astronômicos” colocados pelo governo, ela criou o LIFT.

Este programa consiste de uma academia de voo criada pela própria Republic em Indianapolis, com 47 aviões da fabricante suíça Diamond, que são a plataforma de treinamento dos pilotos desde a primeira hora de voo até a obtenção da carteira de piloto comercial e instrutor de voo, atingindo assim as 1.500 horas de voo necessárias para trabalhar em companhias aéreas.

Após a chegada nesta marca, o piloto deve pagar de volta para a Republic até $67 mil dólares pelos custos do treinamento, além de assinar um contrato de trabalho de ao menos 5 anos como copiloto na empresa.

No entanto, agora a Republic está processando 12 cadetes, como são chamados os pilotos durante o treinamento, por terem quebrado o combinado e irem trabalhar na concorrência. A Republic alega que o custo do treinamento é de $97 mil, mas ela mesmo dá um subsídio de $30 mil, mas que, com a quebra do combinado, os alunos devem pagar este valor para ela, além dos $67 mil.

Segundo reporta o site britânico Simple Flying, apenas um cadete já fechou acordo com a empresa em janeiro e outros 11 estão com o processo em curso. Não foi informado para qual concorrente a dúzia de pilotos foi trabalhar.

Aviadores tem comentado que os 12 alunos foram para outras companhias aéreas porque que a Republic demorou a contratá-los por razão da pandemia, não os deixando outra alternativa para ter uma renda, mas esta alegação não pôde ser confirmada até o momento. O programa LIFT também foi usado pela Republic para tentar baixar o mínimo de horas exigidas para se tornar piloto de companhia aérea no Brasil.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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