Empresa aérea sob pressão após registrar incidentes em série com seus aviões

A empresa aérea indiana SpiceJet está passando por um momento delicado. Após registrar uma série de incidentes e falhas de segurança desde abril, a companhia foi notificada pela Direção Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA), que lhe deu três semanas para se defender contra possíveis ações regulatórias.

Em seu aviso à transportadora de baixo custo datado de 5 de julho (abaixo), o Ministério da Aviação Civil disse que a SpiceJet “não conseguiu estabelecer serviços aéreos seguros, eficientes e confiáveis” apontando para “um número de ocasiões” desde 1º de abril em que as aeronaves tiveram que retornar ao seu ponto de origem ou continuar ao seu destino “com margens de segurança degradadas”.

Alegou ainda que distribuidores e fornecedores não estavam sendo pagos regularmente, levando à falta de peças de reposição e à “invocação frequente” de sua lista de equipamentos mínimos (MEL). A MEL é um documento que regulamenta quais componentes de uma aeronave podem ficar inoperantes durante as operações normais.

O ministro da aviação Jyotiraditya Scindia disse que a segurança dos passageiros é primordial e “até mesmo o menor erro que dificulta a segurança será completamente investigado e, claro, corrigido”.

A mídia local relatou uma série de incidentes nas últimas semanas. Um incidente em 1º de maio envolvendo um Boeing 737-800 no qual 17 pessoas ficaram feridas levou a autoridade a inspecionar toda a frota.

Apenas no dia 5 de julho foram três incidentes, embora nem todos por culta da empresa: um Boeing 737 voando de Delhi para Dubai foi desviado para Karachi devido a um mau funcionamento do indicador de combustível; um para-brisa de um DHC-8-Q400 quebrou no caminho de Kandla para Mumbai; e o radar meteorológico em um avião de carga falhou na rota de Kolkata para Chongqing, forçando um retorno.

Somos uma companhia aérea certificada pela IATA-IOSA. A SpiceJet concluiu com sucesso um meticuloso programa de auditoria para recertificação em outubro de 2021. Fomos auditados regularmente pela DGCA. Todas as nossas aeronaves foram auditadas há um mês pelo regulador e consideradas seguras”, disse a empresa em comunicado no dia 7 de julho.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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