Enquanto a maioria das companhias aéreas da Rússia não devolvem seus aviões e os nacionalizam, uma delas opta pelo caminho contrário, mas não deixa claro o real motivo.
A empresa aérea Red Wings Airlines tem hoje como seu maior acionista a Rostec, fabricante de aeronaves estatal, e possui uma frota de aeronaves ocidentais e russas arrendadas.
Recentemente, indo na contramão de outras companhias locais, que estão nacionalizando os aviões de empresas europeias, ela decidiu devolver oito de seus jatos Airbus A320 e A321, após o lessor (dono da aeronave) pedir a retomada, na esteira de sanções ocidentais que sucederam a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Segundo fontes reveleram ao portal Kommersant, a estratégia em devolver os jatos europeus é evitar uma possível retomada de posse dos jatos nacionais Sukhoi Superjet 100, fabricados na Rússia, mas financiados por empresas ocidentais. A justificativa faz pouco sentido, uma vez que, com as sanções, todo o relacionamento entre as empresas de leasing ocidentais e as aéreas russas deve ser cortado, levantando dúvidas do real motivo da decisão, que segue oculto.
A empresa já tinha planejado a retirada parte da sua frota de jatos Airbus até o ano que vem para dar espaço para o também nacional Irkut MC-21, mas isso foi acelerado agora com a guerra da Ucrânia.
Além dos jatos Airbus e Sukhoi, a Red Wings possui aviões Tupolev Tu-204 (equivalente soviético do Boeing 757) e pretende também ampliar a foto de jatos Boeing 777, de três para cinco, dando a entender que a empresa quer continuar operando jatos ocidentais e fugir das sanções.