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Empresário que “deu carona” a Lula já teve outro jatinho quase apreendido no Brasil

As polêmicas envolvendo jatos executivos de empresários brasileiros registrados no exterior não é nova, mas o assunto ocupou as manchetes esta semana com a ida do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva ao Egito.

Um jato Gulfstream G450

O tema voltou à mesa devido à viagem de Lula à COP27, feita num jato de um empresário amigo, o brasileiro José Seripieri Júnior, da empresa de saúde privada Qualicorp. O mesmo empresário já esteve antes no noticiário aeronáutico à época da morte do filho de Geraldo Alckmin, vice-presidente na chapa de Lula, que faleceu num acidente após a decolagem de um helicóptero registrado no nome de Seripieri Júnior.

A carona para o Egito, divulgada inicialmente pelo PT como fretamento, mas depois desmentida, despertou polêmica sobre um possível conflito de interesse. Um leitor do AEROIN, no entanto, contribuiu com uma informação extra, que não esteve no noticiário de agora, mas sim de 10 anos atrás.

A referência vincula-se à Operação Pouso Forçado da Polícia Federal, ocorrida em junho de 2012, que apreendeu dois aviões, os quais foram posteriormente leiloados. Naquela operação foram investigadas a possível “sonegação fiscal” por empresários brasileiros que registram seus jatos no exterior apenas para pagar menos impostos.

Os aviões apreendidos, segundo uma ampla reportagem da Revista IstoÉ Dinheiro, foram um Bombardier Challenger 300 de matrícula N290CL, do empresário Cláudio Dahruj Filho, do setor imobiliário e automotivo, e um Falcon 900 de matrícula N900CZ que pertenceria à Igreja Mundial do Poder de Deus.

No entanto, dentre os aviões investigados, estava um outro Gulfstream da Qualicorp, de matrícula N450DJ, também de propriedade de José Seripieri Junior, o mesmo que “deu carona” para Lula. Este G450 era “figura carimbada” em Guarulhos, mas acabou não sendo apreendido, foi vendido a um empresário mexicano e depois voltou aos EUA em propriedade de uma empresa do Nebraska.

Apesar das não apreensões, a operação da Polícia e Receita Federal deu resultado e algumas empresas passaram a ter aeronaves registradas no Brasil. Por exemplo, a Asperbras hoje tem um Cessna Citation Jet de matrícula PT-XA; já a JHSF tem o Gulfstream G550 registrado como PS-CAT (JHSF foi a responsável por construir e operar o maior aeroporto executivo do Brasil, o São Paulo Catarina Internacional, em São Roque).

O BTG Pactual também acabou registrando a nova aeronave no Brasil, sendo ele um dos dois Bombardier Global 7500 do país, de registro PS-BTG. Do Banco Garantia e donos da Ambev, hoje tem o PS-FGT, um G650ER. Estes dois jatos estão entre os maiores operados no país como mostra a lista exclusiva do AEROIN.

Ainda assim, duas pessoas da lista da Operação Pouso Forçado ainda mantém jatos no exterior, mesmo após serem investigados pelos federais: o Pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, com um Dassault Falcon 8X recém-comprado, e José Serpieri Júnior, com o Gulfstream G600 usado por Lula.

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